INOVAÇÃO: ESCOLA UTILIZA ROCK, MARCENARIA E DEBATE NO APRENDIZADO!!
Escola é lugar de aprender português, matemática, física,
química, biologia, esgrima, marcenaria, skate, circo, fotografia, violino,
rock, ioga e muito mais.
Se em outros tempos os cursos extracurriculares se resumiam
aos esportes mais conhecidos e, no máximo, a aulas de teatro e de música, hoje
os colégios particulares parecem participar de uma competição de criatividade e
ousadia nesse setor.
A abertura para novas possibilidades teve início há cerca de
uma década, mas se acentuou nos últimos anos, fortalecendo a tendência de
manter alunos cada vez mais tempo dentro das escolas.
Os cardápios atraentes transformam o ambiente escolar, que
muitas vezes se torna uma mescla de clube com centro cultural. Por trás dessa
mudança está um casamento de interesses das famílias e das instituições de ensino.
Para os pais, especialmente nas grandes cidades, é prático
concentrar os compromissos dos filhos em um mesmo local. Além de fugir do
trânsito e da violência, muitas vezes acabam gastando menos do que se cada
curso fosse feito em um local diferente.
Já os colégios ampliam a receita, somando os extras ao valor
da mensalidade, e se alinham a um pensamento pedagógico mais moderno.
"Temos de estar conectados às novas demandas da
sociedade e ampliar as oportunidades para que os alunos desenvolvam diferentes
habilidades", afirma Cleuza Vilas Boas, diretora da escola Móbile, em
Moema (zona sul de São Paulo), que oferece mais de 30 opções extracurriculares.
Entre elas, chama a atenção a de debate, que a princípio
poderia soar menos atraente em uma lista que vai de esgrima a marcenaria,
passando por fotografia e engenhocas. "Foi um pedido dos próprios
alunos", conta Cleuza.
"Eles começam a aprendem o debate regrado no horário
normal das aulas a partir do 4º ano. Demonstraram interesse em aprofundar esse
aprendizado e, como vivemos uma época de ausência de diálogo, aceitamos a
sugestão."
A pedagogia valoriza a possibilidade de que os alunos montem
grades mais personalizadas.
"Mas é preciso que as aulas extras dialoguem com as
curriculares. E elas são grandes oportunidades de passar valores como a
solidariedade e o trabalho em grupo", afirma Silvana Marques, coordenadora
do setor artístico do núcleo extracurricular do Marista Arquidiocesano, na Vila
Mariana (zona sul de SP).
"Um aluno que não vai tão bem academicamente pode ser
ótimo, por exemplo, nas aulas de circo. É bom para a sua autoestima e pode até
reverter em melhora nas notas", diz Marisa Ester Rosseto, diretora
educacional do colégio.
Apesar de soar enriquecedor e divertido, é preciso cautela
com tamanha diversidade. "As atividades devem estar integradas ao projeto
educativo da escola", diz Cristina Nogueira Barelli, coordenadora do curso
de pedagogia do Instituto Singularidades, considerado de vanguarda na formação
de professores.
Outros riscos são deixar as crianças e adolescentes
restritos a um mesmo círculo social e superlotar suas agendas. "As
escolhas devem ser feitas em conjunto entre pais e filhos, e o objetivo nunca
pode ser preencher o dia. São horários regrados, que exigem comprometimento. É
preciso reservar tempo para brincar livremente e até para não fazer nada. Fora
isso, sempre que houver oportunidade, é bom frequentar diferentes grupos e
espaços."
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