TRF-4 NÃO UTILIZA ORDEM CRONOLÓGICA PARA JULGAMENTO DE LULA!!
Antes do processo de Lula, veio o do amigo de Lula, José
Carlos Bumlai. Mas o pecuarista, acusado de corrupção, só será julgado depois.
Ao marcar a data do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva para o próximo dia 24, o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª
Região), em Porto Alegre, deixou pendentes sete ações da Lava Jato cujos
recursos chegaram à corte antes.
Há, ainda, outras duas que subiram à segunda instância
depois do caso contra o ex-presidente –inclusive a que envolve o ex-ministro
Antônio Palocci– e aguardam decisão.
Desses nove processos, seis já estão nas mãos do juiz
revisor Leandro Paulsen, responsável por pautar as datas dos julgamentos.
Ele não precisa seguir uma ordem cronológica para marcar as
sessões e tem dito que os processos andam de acordo com a complexidade e
ineditismo de cada um.
Essa defesa também é feita pelo presidente da corte, Carlos
Eduardo Thompson Flores. "O julgamento dos processos pela ordem cronológica
de distribuição no tribunal não é regra absoluta. O próprio art. 12 do Código
de Processo Civil afirma que é preferencial essa observância", disse ele
em resposta à defesa de Lula, que pediu a divulgação da lista de ações do
tribunal, por data.
Ainda assim, nos últimos meses de 2017 houve uma maior
quantidade de julgamentos do TRF-4 em casos de maior repercussão, que
tramitaram com rapidez.
Por exemplo, os que condenaram o ex-tesoureiro do PT João
Vaccari Neto (após duas absolvições) e o ex-deputado Eduardo Cunha.
Tanto Vaccari quanto Cunha também "atropelaram"
alguns processos, inclusive o de Bumlai –respectivamente, chegaram à segunda
instância em abril e junho. Eles foram julgados em novembro.
No caso de Lula, o recurso começou a tramitar no TRF-4 no
dia 23 de agosto. Foi o processo da Lava Jato que chegou mais rápido ao
tribunal depois da condenação, em 42 dias. E o segundo mais célere a tramitar
na segunda instância.
A ação de Bumlai é de setembro de 2016 e também inclui João
Vaccari Neto e executivos do banco Schahin.
O pecuarista foi condenado a nove anos de prisão por um
repasse de R$ 12 milhões ao PT. Ele estava preso preventivamente, mas o Supremo
Tribunal Federal concedeu habeas corpus a ele em abril passado. A defesa tem
negado as acusações.
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