Governo quer adiar votação do orçamento impositivo, diz líder
O líder do governo na Câmara, deputado
Henrique Fontana (PT-RS), afirmou nesta terça-feira (4) que o governo pedirá
durante reunirão de líderes nesta tarde que a Casa adie para a próxima semana a
votação da PEC do Orçamento Impositivo, que obriga a União a pagar as emendas
parlamentares. A votação consta na pauta da Câmara para esta semana.
Fontana participou nesta manhã de reunião
com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, no
Palácio do Planalto.
Se a proposta do Orçamento Impositivo for
aprovada, a União ficará obrigada a pagar as emendas em um limite de até 1,2%
da Receita Corrente Líquida (R$ 14,68 milhões por parlamentar, segundo o
Orçamento de 2014). A Receita Corrente Líquida é a soma do que é arrecadado
pelo governo, descontadas as transferências feitas por determinação
constitucional ou legal para estados, municípios e Distrito Federal.
“Nós estamos solicitando ao presidente
Henrique Eduardo Alves que nos dê mais alguns dias de negociação em relação à
PEC do Orçamento Impositivo, especialmente porque ela tem um destaque feito
pela bancada do DEM que prevê uma alteração [no que está previso no texto] para
a área da saúde, mas uma questão assessória, que não é o centro da PEC”, disse
o líder a jornalistas.
Fontana destacou ainda que o governo
pedirá à Câmara prioridade na votação do Fundo de Participação dos Municípios
(FPM), que prevê o aumento de 23,5% para 24,5% o repasse de recursos da União
para o fundo. A mudança teria impacto de R$ 3,8 bilhões para os cofres do
governo federal.
O Planalto defende que o aumento de um
ponto percentual seja pago em duas etapas, a primeira em 2015 e a segunda em
2016. Parte dos deputados, porém, pressiona para que o repasse seja ampliado em
dois pontos percentuais.
Conforme explicou Henrique Fontana, a
votação é “bastante esperada” pelos municípios e será sugerido, durante a
reunião de líderes na Câmara, que o tema seja votado nesta semana. “
Vamos sugerir ao presidente [Henrique
Eduardo Alves] que a PEC tenha prioridade e seja votada nesta semana, e estamos
também ajustando outras questões em torno da pauta", concluiu.
Fontana também foi questionado por
jornalistas sobre a relação entre o governo e o PMDB, um dos maiores partidos
da base aliada. Nos últimos dias, têm sido realizadas reuniões de parlamentares
do chamado “blocão” – grupo informal criado por políticos de partidos que
compõem a base aliada ao governo, mas estão insatisfeitos com a presidente.
Fontana afirmou ser “evidente” que há tensões.
“A relação com o PMDB é uma relação como
nós temos com todos os outros partidos que compõem a base de sustentação do
governo. O PMDB tem a sua personalidade, as suas posições, ideias e é evidente
que existem tensões colocadas por conta de resultados eleitorais regionais”,
disse.
Fontana destacou, porém, a eleição do
vice-presidente Michel Temer na chapa formada com a presidente Dilma Rousseff
na eleição presidencial deste ano e disse “apostar” que os dois partidos
governarão juntos o país.
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