ECONOMIA: Aumento da gasolina terá impacto pequeno na inflação, diz ministro
O ministro da Fazenda, Guido Mantega,
informou que o impacto do aumento da
gasolina sobre a inflação deverá ser pequeno, apenas 0,1 ponto percentual. Ele
comemorou o resultado satisfatório do Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), divulgado hoje (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), e que passou de 0,57% para 0,42% ,com variação menor em 12
meses (de 6,75% para 6,79%).
“Estamos em uma boa trajetória”, avaliou
Mantega. Segundo ele, problemas que afetaram a economia neste ano como a
estiagem, as restrições ao crédito, os eventos como a Copa do Mundo e as
eleições não deverão atrapalhar a economia no próximo ano. Diante disso com
recuperação prevista das commodities (produtos primários com cotação no mercado
internacional) e maior facilidade ao consumo deverão resultar em crescimento
das atividades. Esses fatores tiveram alguma interferência, mas são problemas
passageiros.
Para garantir o cenário mais positivo, o
ministro admitiu a necessidade de corte nas despesas públicas. Ele anunciou que
estão sendo estudadas medidas de corte de subsídios envolvendo o seguro
desemprego, auxílio doença e pensão por morte. Só neste último caso, elas
atingem algo em torno de R$ 90 bilhões. Mantega, porém, não detalhou como isso
será feito.
Ao ser questionado por jornalistas sobre a
meta do superavit primário para 2015, o ministro informou que o governo
trabalha com um orçamento entre 2% a 2,5%. A revisão, no entanto, da proposta
feita em agosto depende do levantamento fiscal de novembro para depois ser
encaminhada ao Congresso Nacional.Temos que avaliar à luz do cenário mais
atual”, disse.
O ministro deu essas informações ao
participar de um seminário na Fundação Getulio Vargas, em São Paulo. No
encontro, ele fez uma avaliação positiva da economia, justificando que o baixo
crescimento é efeito da política anticíclica
por causa da crise financeira internacional de 2008, mas quando
comparada a situação dos países-membros do G20, o Brasil teve uma situação mais
vantajosa.
“ A maioria dos países do G20 não conseguiu fazer superávit primário,
nós somos um dos poucos que conseguimos manter o resultado positivo mesmo em um
período de crise”. Ele projeta que o resultado continuará positivo em 2015.
Mantega considera que está ocorrendo um atraso na economia mundial para vencer
os efeitos da crise, mas devagarinho vamos ter uma melhora.
Ele justificou que a estratégia de manter
o crédito dos bancos públicos com taxas inferiores às do setor privado é apenas
anticíclica. A expectativa dele é que as instituições financeiras privadas
ampliem as ofertas, retirando a necessidade de uma atuação do setor público. Ao
falar sobre a evolução econômica do país nos últimos anos, no seminário, ele
destacou a criação de empregos, que teve aumento, passando de 66,5 milhões em
2002 para 118 milhões em 2014.
Segundo o ministro, o Brasil ainda é
considerado um país de grande atratividade para investimentos, citando que eles
somaram , nos últimos 12 meses, US$ 66,5 bilhões. O Brasil têm uma situação de
solidez financeira com as reservas em US$ 380 bilhões.
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