Após determinação judicial, médicos do DF voltam ao trabalho


Os médicos da rede pública de saúde do Distrito Federal decidiram suspender a greve e manter um estado de mobilização permanente. A categoria decidiu pela suspensão do movimento em virtude da decisão da justiça, que considerou a greve ilegal. A votação pelo fim da paralisação dos doutores ocorreu em assembleia na noite desta terça-feira (20/1), no auditório do Sindicato dos Médicos do DF (SindMédico).

“Nossa avaliação do movimento dos médicos é bastante positiva. Embora nossa greve tenha sido considerada ilegal pela justiça, ainda assim conseguimos avançar nas negociações e melhorar a proposta do governo não apenas para os médicos, mas para todos os servidores públicos do DF”, avalia o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho.

A assembleia encerrou a paralisação deflagrada na última sexta-feira. Os médicos também deliberaram sobre a proposta apresentada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para pagamento dos salários, horas-extras, 13º salários e um terço de férias atrasados até o mês de junho. O GDF se comprometeu ainda a quitar integralmente os atrasados no mês de fevereiro, caso consiga junto à Câmara Legislativa, a antecipação de receita.

Outro compromisso assumido pelo governo foi o pagamento integral e em regime normal das horas-extras feitas a partir de janeiro de 2015.

Na noite desta segunda-feira (19/1), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal determinou o fim da greve da categoria. Assim que foi notificado dessa decisão, o SindMédico orientou que os doutores retornassem imediatamente aos postos de trabalho.

O SindMédico havia dito que o atendimento de urgência e emergência não seria afetado. Mesmo assim, pacientes reclamaram que a demora hoje (20) estava maior na emergência. Na emergência do Hospital Regional do Guará, segundo a técnica administrativa Ana Matias, que recebe os pacientes, não houve atendimento na manhã de hoje (20), mas, à tarde, uma ginecologista estava trabalhando.

Segundo a funcionária, a dificuldade vai além do período de greve. “O hospital está sem remédio”, disse Ana, acrescentando que a instituição sempre sofre com a falta de clínicos gerais. Ela disse que hoje a demanda foi menor, deduzindo que os pacientes, sabendo da greve, não procuraram o hospital.

Enquanto isso, a brigadista Eliene Vieira estava há três horas na fila de agendamento para marcar uma consulta com um cardiologista no Hospital Regional de Ceilândia (HRC). “Cheguei às 13h e até agora [16h] a fila não andou, ninguém diz se a gente vai conseguir marcar ou não”. Logo depois, uma funcionária informou que os pacientes deixariam os dados, mas não havia vagas para agendamento.

Na ala da emergência do Hospital de Ceilândia, um dos maiores do Distrito Federal, os pacientes foram informados de que apenas um médico estava atendendo, mas a administração da casa de saúde não falou com a reportagem para confirmar o número.

Na fila, estava Maria Aparecida Alves, esperando atendimento para a neta, Maria Vitória, de 5 anos, que estava com o braço quebrado e precisava trocar o gesso. “Disseram que estão atendendo, mas já estou aqui faz mais de uma hora e não me deram certeza de que ela vai ser atendida”, disse.

Na emergência infantil, Paulo César Batista, que mora em Águas Lindas, Goiás e estava com o filho Levi, com febre desde a madrugada, esperava ser atendido por um pediatra havia mais de duas horas. “Primeiro eu fui para Brazlândia, ainda dea manhã, mas lá me disseram para vir aqui ao HRC. Cheguei umas 14h e disseram que tem uma médica atendendo, mas não tem nem triagem para dizer o que é grave e o que não é. Ainda não sei se meu filho vai ser atendido.”

No Hospital Regional de Taguatinga, também um dos maiores da região, funcionários disseram que o atendimento estava normal, tanto no pronto-socorro quanto na parte ambulatorial. “Eu tinha consulta marcada com uma ginecologista e fui atendida normalmente, graças a Deus”, disse a funcionária pública Clarissa Gomes.

(Com Agência Brasil)

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