CNTE é eleita para coordenar Fórum Nacional de Educação
A Confederação
Nacional dos Trabalhadores em Educação agora coordena o Fórum Nacional de
Educação (FNE). Em eleição ocorrida nesta terça-feira (9/12), no edifício sede
do Ministério da Educação (MEC), em Brasília, o secretário de assuntos
educacionais da CNTE, Heleno Araújo, foi eleito para ser o novo coordenador do
FNE. A secretária geral, Marta Vanelli, é a suplente.
Segundo
Heleno, a CNTE, enquanto entidade que se empenhou na criação do FNE como um
espaço de debates sobre as políticas educacionais, tem legitimidade para
assumir a coordenação: "A CNTE é uma das entidades que luta e lutou muito
pela constituiçao do Fórum Nacional de Educação. Antes mesmo da Constituição de
88, antes mesmo de ser chamada de CNTE, a Confederação dos Professores do
Brasil já participava de movimentos com outras entidades. Dentro do Fórum
Nacional de Defesa da Escola Pública, entre as suas reinvindicações, estava a criação
do Fórum Nacional de Educaçao. A Escola
de Formação da CNTE, a revista Retratos da Escola, que trata de assuntos
educacionais, todo o acúmulo que nós temos de debate, de discussão, de
mobilização, de ocupação das ruas, dá essa legitimidade pra que a CNTE possa
contribuir nesse momento na coordenação do Fórum Nacional de Educaçao."
O foco de
trabalho para essa primeira etapa do FNE é o acompanhamento da aplicação do
Plano Nacional de Educação nos estados e municípios, com participação dos
processos de debate, discussão e elaboração dos planos. "Nós temos pressa
de construir os fóruns municipais de educação, pra vincular essa organizaçao na
perspectiva da elaboração dos planos de educação, tantos os planos estaduais,
distrital, como os planos municipais, que têm até dia 24 de junho de 2015 para
a criação da lei", explica Heleno.
Quem deixa a
coordenação do FNE é Francisco das Chagas Fernandes, representante do
Ministério da Educação (MEC) dentro do organismo. De acordo com o Regimento
Interno do Fórum, a administração do órgão deve ocorrer em caráter de
revezamento entre poder público e sociedade civil, sem possibilidade de
reeleição. Para Chagas, essa alternância é fundamental para o Fórum Nacional de
Educação: "Acredito que o FNE é muito plural, por isso precisa ser mais
democrático. Esse revezamento faz com que essa pluralidade se aprofunde cada
vez mais", destaca o ex-coordenador do Fórum.
Nove novas
entidades passaram a integrar o Fórum Nacional de Educação a partir desta
terça-feira. São elas: Movimento Interfóruns da Educação Infantil do Brasil
(MIEIB), Fóruns de Educação de Jovens e Adultos (Fóruns EJA), Fórum Nacional de
Diretores de Faculdades (Forumdir), Associação Nacional de Pós-Graduação e
Pesquisa em Educação (Anped), Centro de Estudos Educação e Sociedade (Cedes),
Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Associação
Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC), Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação do Ministério da Educação (MEC),
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Segundo o
Regimento Interno do FNE, entidades nacionais que tenham interesse em fazer
parte do Fórum, devem enviar seus pedidos até outubro de cada ano. A
solicitação passa por apreciação do pleno. Após a criação do FNE, este é o
segundo momento em que novas entidades ingressam no organismo.
Durante esta
terça-feira, os membros do Fórum fizeram uma avaliação prévia da etapa nacional
da Conferência que ocorreu no último mês. O Balanço foi positivo. Porém, para
uma avaliação mais detalhada, foi eleita uma Comissão que fará uma análise
quantitativa e qualitativa Conae. Essa avaliação será apresentada na próxima
reunião do pleno do Fórum Nacional de Educação.
Para Heleno
Araújo, falta vontade política para garantir a valorização da educação
brasileira: "Sentimos que o discurso colocado no período eleitoral
desaparece. De repente a educação não vira a prioridade que deveria ser, que é
investir na infraestrutura, na valorização das pessoas e fazer com que os
alunos aprendam de fato, que é qualidade da educação que a gente precisa
desenvolver nesse país".
O Documento
Final da 2ª Conferência Nacional de Educação reúne todas as propostas aprovadas
pelos delegados e delegadas de setores e segmentos para a educação brasileira.
O pleno do FNE referendou o texto aprovado pela plenária final. Agora, após a
etapa nacional, ele passa por um processo de ajuste. Depois, será entregue aos
consultores que elaboraram o Documento-Referência para revisão na mesma
perspectiva que foi redigido o primeiro texto de discussão. No total, o
Documento-Base, texto de debate da etapa nacional, reuniu 30 mil emendas ou
novos parágrafos que tiveram como origem os 26 estados brasileiros e o Distrito
Federal. Os participantes do encontro elegeram, destas, 833 propostas.
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