O GLOBO: Empresário diz que outros políticos do PSDB receberam dinheiro desviado da Petrobras
O empresário Leonardo Meirelles afirmou, em depoimento na 13ª Vara
Federal de Curitiba, que outros políticos do PSDB, além do ex-presidente
do partido Sérgio Guerra, receberam dinheiro desviado da Petrobras pela
organização do doleiro Alberto Youssef. Meirelles aparece como um dos
donos do Labogen, o laboratório usado por Youssef para mandar
aproximadamente US$ 130 milhões para o exterior a partir de falsos
contratos de importação e exportação.
O empresário falou sobre o suposto envolvimento de políticos do PSDB
em perguntas de seu advogado Haroldo Nater durante audiência oficiada
pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, na
segunda-feira. O advogado perguntou se outros partidos, além do PP, PT e
PMDB foram beneficiados com desvios de dinheiro da Petrobras pelo grupo
de Youssef.
- Acredito eu que o PSDB e eventualmente algum padrinho político do
passado e provável conterrâneo ou da região do senhor Alberto - disse
Meirelles.
Quando o advogado pediu mais detalhes, Moro interviu. Para o juiz,
Meirelles não precisaria identificar os personagens sobre os quais
estava falando. Se mencionasse o envolvimento de políticos com foro
privilegiados, Moro teria que interromper o processo e mandar os autos
para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Na sequência da conversa, também em resposta a pergunta de Nater,
Meirelles confirmou que presenciou uma conversa por telefone entre
Youssef e Sérgio Guerra. O ex-senador estaria cobrando uma promessa não
devidamente cumprida pelo doleiro.
- Um ajuste, não uma reclamação de coisas do passado - disse Meirelles.
Em um dos depoimentos da delação premiada, o ex-diretor de
Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que pagou R$ 10
milhões para Sérgio Guerra com o objetivo de esvaziar a CPI da Petrobras
em 2009. A CPI, que começou de forma ruidosa para investigar supostas
fraudes na construção da refinaria de Abreu e Lima, entre outras obras
da Petrobras, terminou sem qualquer resultado concreto.
Guerra morreu em
março deste ano e foi substituído na presidência do PSDB pelo senador
Aécio Neves, candidato do partido à presidência da República. Na semana
passada, a direção do partido disse que todas as denúncias têm que ser
investigadas.
Comentários
Postar um comentário