Manifesto de integrantes da Rede rejeita apoio de Marina Silva a Aécio
Integrantes
da Rede Sustentabilidade, partido em processo de criação, coletam assinaturas
para um manifesto contrário ao apoio da candidata derrotada à Presidência pelo
PSB, Marina Silva (PSB), ao candidato do PSDB, Aécio Neves, no segundo turno da
eleição.
O manifesto foi organizado por um
segmento da Rede chamado “Elo Nacional” e já reúne 25 assinaturas, inclusive de
membros da Executiva Nacional.
A Rede é um projeto político de Marina
e teve o registro negado no ano passado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
por não ter reunido o número mínimo de assinaturas necessárias à oficialização
de nova legenda. Após a decisão do TSE, a ex-senadora se filiou ao PSB para
disputar a Vice-Presidência da República na chapa do ex-governador de
Pernambuco Eduardo Campos. Com a morte de Campos, Marina concorreu à
Presidência pelo partido e ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com
21,32% dos votos.
O texto classifica de “grave erro
político” a posição da ex-senadora de apoiar publicamente Aécio Neves. Marina Silva anunciou o apoio no domingo
(12), depois que o tucano aceitou incorporar em seu programa de governo uma
série de compromissos, como adoção de
uma política sustentável, ensino integral nas escolas públicas e criação de um
fundo para solucionar conflitos entre índios e produtores rurais.
“Os signatários desta [carta aberta]
trazem a público a opinião consolidada em amplos setores da sociedade de que
constitui-se grave erro político a declaração de voto e a adesão à campanha de
Aécio Neves. Nenhuma modificação formal no programa eleitoral de Aécio
transformará a natureza de sua candidatura, que não se constitui de palavras,
mas de atos de história concreta que indicam sua integração orgânica à
desconstituição de direitos, aos ruralistas e ao capital financeiro”, diz o
manifesto.
O G1 telefonou e deixou recado no
celular do ex-deputado Walter Feldman, porta-voz da campanha de Marina e um dos
principais defensores do apoio a Aécio Neves. Ele não retornou até a publicação
desta reportagem.
Sem citar diretamente o nome de Marina
Silva, os 25 integrantes da Rede Sustentabilidade que assinam o manifesto
defendem neutralidade no segundo turno. “A favor da nova política manteremos a
nossa independência da polarização PT x PSDB. Ser parte da polarização PT x
PSDB destoa do projeto original da Rede Sustentabilidade, que nasceu com o
propósito maior de estimular a emergência dos sujeitos autorais, dos indivíduos
livres e conscientes, que não se dispõem a realizar suas mais legitimas
aspirações e interesses no âmbito da velha, estagnada e conservadora política
que tanto PT quanto PSDB representam e praticam.”
O texto afirma ainda que nem o PT nem o
PSDB seria capaz de fazer mudanças no Brasil, pois possuiriam em seu “DNA” a “a
cultura da velha política, da corrupção, da promoção dos interesses do mercado
em detrimento dos direitos sociais e da servidão à lei do mais forte”.
De acordo com os dissidentes da Rede, os
dois partidos “usam e abusam da gestão inescrupulosa, do aparelhamento do
estado e do poder público para o favorecimento privado, cooptando e sendo
cooptados por interesses escusos.”
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