Britânico curado do ebola volta à África e coloca imunidade à prova
Pooley disse que há uma
"emergência real" em Serra Leoa e está "muito feliz" em
voltar a trabalhar no combate à doença.
A atitude de Pooley levanta a questão
da aparente imunidade de pacientes que conseguiram se recuperar do ebola:
acredita-se que eles tenham desenvolvido anticorpos que podem protegê-los de
contrair a doença novamente.
Mas não está claro se eles estão
completamente livres do risco de contrair novamente a mesma variação de ebola,
nem o quanto essa imunidade duraria.
Ainda assim, Pooley diz que seu trabalho
é "muitíssimo mais seguro" do que era antes de ele ter contraído a
doença. "Tenho imunidade, não sabemos ao certo até quando. Mas foi uma
decisão fácil para mim (decidir voltar ao país)", disse à BBC antes de
viajar a Serra Leoa.
"As equipes (da África Ocidental)
precisam de todo o apoio que pudermos dar", declarou Pooley. "Quero
voltar para lá e fazer tudo o que puder para prevenir o máximo de mortes
desnecessárias."
Ele reiniciou seus trabalhos de enfermagem
nesta segunda-feira em Freetown, capital leonesa.
Pooley se recuperou do ebola após ser
tratado com a droga experimental ZMapp.
Ele doou amostras de seu sangue para que
cientistas busquem pistas sobre como produzir uma vacina ou cura para a doença,
que já deixou mais de 4,5 mil mortos (a maioria delas na Guiné, Libéria e Serra
Leoa).
Na Espanha, uma enfermeira - que foi a
primeira pessoa a contrair ebola fora da África Ocidental - foi examinada, e
seu sangue não tinha sinais do vírus depois de ela ter sido tratada com um soro
que continha anticorpos de sobreviventes da doença.
Um recente estudo publicado no New England
Journal of Medicine e feito com pacientes da epidemia anterior do ebola (no
início dos anos 2000) identificou pessoas com imunidade de ao menos 12 anos.
No caso de Pooley, quando contraiu a
doença, em agosto, ele foi levado de volta ao Reino Unido e isolado em uma unidade
especial do Royal Free Hospital, em Londres.
Ele foi tratado nos estágios iniciais da
infecção, antes de sofrer qualquer sangramento interno ou externo.
Agora de volta a Serra Leoa, ele
trabalhará no Hospital Connaught, em Freetown, treinando profissionais de saúde
e montando novas unidades de isolamento.
Nesta segunda-feira, o presidente de
Gana, John Mahama, ainda suprimentos internacionais enviados aos três países
mais afetados pelo ebola na África estão começando a chegar a eles.
Mahama disse à BBC que é necessario que
diversas agências que atendem as vítimas realizem uma coordenação eficiante
para evitar esforços duplicados quando eles não são necessários para combater o
mal.
Ele também destacou que a Nigéria, que foi
declarada livre do ebola, é um exemplo para outras nações da região,
apresentando lições que devem ser aprendidas pelos países afetados pelo virus.
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