Bancários rejeitam proposta e entram em greve a partir do dia 30
Os bancários decidiram, em assembleia na noite desta quinta-feira (25),
entrar em greve a partir do dia 30 de setembro, próxima terça-feira. A
paralisação foi aprovada em São Paulo, Bauru, Piracicaba, Criciúma (SC),
Campina Grande (BA) e Teresina (PI).
Em Bauru, o sindicato da categoria na cidade confirma adesão à greve a
partir de terça. “Agora, teremos assembleia organizativa na
segunda-feira, às 19h, em nossa sede, apenas para definir que agências
vão parar”, diz o diretor de imprensa, Fabio Ernani Heubel. A
paralisação só não ocorrerá se houver nova proposta patronal e
consequente aprovação dos trabalhadores até lá. A cidade tem 75 pontos
bancários, entre agências e postos de serviço. O sindicato fica na rua
Marcondes Salvado, 4-44, Centro.
A categoria pede reajuste real (acima da inflação) de 5,8% e rejeitou a
proposta dos bancos de aumento de 0,61% acima da inflação de 6,35%
(INPC). No ano passado, o reajuste alcançado foi de 8% -1,82% acima da
inflação.
A greve começa na próxima terça, menos de uma semana do primeiro turno
da eleição presidencial e nos Estados. No ano passado, a greve durou 23
dias. Se isso se repetir, chegará próximo ao segundo turno da eleição,
marcado para o dia 26 de outubro. A maior greve foi em 2004, quando a
categoria parou por 30 dias.
Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
(filiado à CUT), ocorreram sete rodadas de negociação com os bancos. O
reajuste apresentado foi de 7% diante de uma inflação de 6,35%, o que
representa ganho real de 0,61%. Para os pisos, a proposta dos bancos é
de aumento de 7,5% -1,08% acima da inflação.
Além do reajuste, a categoria pede 14º salário, piso salarial no valor
de R$ 2.979,25 (salário mínimo do Dieese), PLR (Participação nos Lucros e
Resultados) de três salários base mais uma parcela adicional fixa de R$
6.247. Também pedem vales alimentação, refeição, 13ª cesta e
auxílio-creche no valor de R$ 724, o salário mínimo nacional, entre
outras reivindicações.
No país, há cerca de 500 mil bancários. A categoria é uma das poucas
com convenção coletiva de validade nacional. Apenas em São Paulo, são
142 mil funcionários.
Segundo os bancários de São Paulo, a categoria conseguiu aumento real,
no acumulado entre 2004 e 2013, de 18,3% -sendo de 3,08% (2010), 1,5%
(2011), 2% (2012) e 1,82% (2013) acima da inflação.
"Os bancos que atuam no Brasil continuam tendo a mais alta
rentabilidade de todo o sistema financeiro internacional. Somente os
seis maiores tiveram lucro líquido de R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$
28,5 bilhões no primeiro semestre, graças em grande parte ao empenho e à
produtividade dos bancários", afirma Carlos Cordeiro, presidente da
Contraf-CUT e coordenador do comando nacional de negociação dos
bancários.
"A média dos ganhos reais das categorias que negociaram no 1º semestre
foi de 1,54%. Os bancos têm rentabilidade bem mais alta que outros
setores, com condições de aceitar as reivindicações dos trabalhadores.
Não queremos só aumento real, mas melhores condições de trabalho", disse
Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo,
Osasco e região.
Procurada, a Fenaban não quis comentar a decisão pela greve.
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