PEC DA MALDADE FAZ ESTUDANTES OCUPAREM QUASE MIL ESCOLAS NO PARANÁ!!
A Seed (Secretaria de Estado da
Educação) informou que até a noite dessa segunda-feira (17) 45% das escolas do
Paraná tiveram seu funcionamento afetado pelas ocupações dos estudantes ou pelo
primeiro dia de greve dos professores, com 967 escolas. A rede tem 2.150
escolas – das quais 55% funcionaram normalmente.
O movimento estudantil segue
crescendo e nessa segunda, segundo a Seed, já eram 570 escolas ocupadas. O
Movimento Ocupa Paraná contabiliza ocupações em 642 escolas, 11 universidades
de dois núcleos estaduais da Educação.
A greve fechou totalmente 5% das
escolas (cerca de cem) e em 18% o funcionamento foi parcial. Além dos
professores, nessa segunda ainda entraram em greve a Polícia Civil, e mais três
universidades estaduais, que ficam fechadas até a reunião marcada com o
secretario da Fazenda, Mauro Ricardo.
O governo decretou recesso de
cinco dias em 570 escolas. Assim, nestes locais a previsão é de que as aulas
devam ir até 28 de dezembro. Caso as ocupações ainda durem mais uma semana, o
calendário terminará apenas em 2017.
Segundo a secretária estadual da
Educação, Ana Seres, o problema é que os professores têm direito a férias em
janeiro, e uma reposição nesse período teria que ser aprovada por 100% deles.
Assim, a Seed já avalia aumentar a carga horária dos alunos, medida já tomada
no ano passado.
Apesar de ter obtido decisões
favoráveis em Londrina, Goioerê e São José dos Pinhais, o governo decidiu que
não fará reintegrações de posse em escolas. “Nós sabemos que nessas invasões
têm um ingrediente político, e é natural que dentro desse ingrediente existam
pessoas infiltradas, que estão loucas para que nós mandemos a polícia
reintegrar para criar todo um conflito novamente. Nós não vamos cair nessa”
disse o secretário chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni.
Na noite dessa segunda ocorreu uma
primeira reunião entre o professores e a Casa Civil. Para esta terça está
marcado novo encontro de servidores com o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo,
sobre a data base. Eles cobram o reajuste salarial pela inflação, que havia
sido prometido em lei pelo governo no ano passado.
Hoje o governador Beto Richa
(PSDB) e a secretária Ana Seres entregam ao ministro da Educação, Mendonça
Filho, o resultado das consultas feitas no Paraná sobre a reforma do ensino
médio proposta pelo governo federal. De acordo com a secretária, de 85% a 90%
dos que participaram pela internet foram contra o uso de uma Medida Provisória
para a mudança, mas também foi ‘quase unânime’ a noção de que o ensino médio
deve mudar.
Mesmo com a reforma, o governo do
Paraná promete manter todas a matérias do atual currículo. Já o ensino integral
seria aplicado inicialmente em apenas 30 escolas, sendo que as próprias
comunidades escolares é que se inscreveriam pelas vagas. “Nós esgotamos a pauta
da reforma no Paraná”, diz Ana Seres.
Professores da UEL (Universidade
Estadual de Londrina), Uenp (Universidade Estadual do Norte do Paraná) e
Unespar (Universidade Estadual do Paraná) decidiram abrir greve de três dias,
que vai pelo menos até esta quarta (19). Nesta data vai ocorrer uma reunião do
FES (Fórum dos Servidores Estaduais) com representantes do governo do Estado
sobre o pagamento do reajuste salarial pelo Executivo.
A UEPG, em Ponta Grossa, Unioeste
(Cascavel) e UEM (Maringá) estão em greve desde a última semana. Já a Unicentro
marcou para esta quarta uma assembleia para definir se entra ou não em greve.
Um grupo de indígenas ocupou nessa
segunda o NRE (Núcleo Regional de Educação) em Pato Branco, sudoeste do Estado.
Eles protestam contra a PEC do Teto de governo federal. A Seed afirma que os
trabalhos não foram afetados.
Em crescimento diário, o movimento
Ocupa Paraná chegou no fim da tarde de ontem a 642 colégios estaduais ocupados,
além de nove campi de universidades estaduais – todos em protesto contra a
reforma do ensino médio e a PEC 241 (teto dos gastos públicos). O número
representa 28,57% das escolas no Estado – 2,1 mil.
Nessa segunda também começou a
valer o recesso escolar de cinco dias decretado pelo governo nas escolas
ocupadas pelos estudantes. No domingo, o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni
(PSDB), disse que enviaria ofícios no dia de ontem ao Ministério Público,
Conselhos Tutelares e ao Poder Judiciá- rio pedindo que ‘participem das ações
com providências e fiscalização direta em relação aos adolescentes menores de
idade que participam das invasões a escolas no Estado’.
O Ministério Público informou que
o assunto já havia sido tratado no último dia 7, em reunião com a Seed na sede
do órgão, que resultou no Ofício Circular nº 569/2016. Já ciente do pernoite de
menores, os itens 3, 4 e 6 do ofício citam o assunto, como ‘abordagens junto
aos pais ou responsáveis pelos adolescentes que participam da ocupação, de modo
que sejam conscientizados acerca de seus deveres e necessidade de
acompanhamento das condições em que seus filhos/pupilos se encontram’.
Desde a data, também cabe ao
Conselho Tutelar e demais órgãos de ‘rede de proteção’ à criança e ao
adolescente ‘o acompanhamento da situação e a tomada das providências
necessárias a prevenir e/ou coibir possíveis violações de direitos dos
adolescentes que participam das manifestações’.
Ontem, a secretária estadual de
Educação, Ana Seres, demonstrou preocupação a respeito das ocupações, além do
atraso no calendário escolar. “Vamos continuar o diálogo com estudantes. Nossa
atuação junto ao Judiciário é pelo comportamento e atitudes dentro das escolas.
Nós não sabemos o que está acontecendo, principalmente no período noturno”.
Comentários
Postar um comentário