CONTRA O DESMONTE DA EDUCAÇÃO, SECUNDARISTAS JÁ OCUPAM 46 COLÉGIOS NO PAÍS
O pacote do governo Temer para
sucatear a educação vem provocando uma onda de revolta entre os estudantes.
Para dizer não a Reforma do Ensino Médio, o Projeto Escola sem Partido e a PEC
241, que pretendem intensificar o sucateamento, a falta de democracia e a
precarização do ensino público, 46 escolas e Institutos Federais, em todo
Brasil, já estão ocupadas pelos secundaristas.
A presidenta da União
Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes, explica o
conteúdo nocivo das propostas para a educação pública. ” Estamos ocupando
nossas escolas contra a Medida Provisória da Reforma do Ensino Médio, a PEC 241
e a Escola Sem Partido. Tudo isso porque acreditamos que essas propostas não
são adequadas para a real mudança da escola pública em nosso país. A
mobilização esta acontecendo de forma voluntária, onde a conscientização dos
estudantes cresce a cada minuto”, avalia a jovem.
“Estamos vivendo momentos
importantes e aterrorizantes. Enquanto mais de 40 escolas estão sendo ocupadas
pelo Brasil, no Congresso Nacional, o projeto da escola sem partido está em
tramite acelerado na comissão especial, a PEC 241 foi aprovada nesta
quinta-feira (6) na comissão de educação e a Escola Sem Partido continua nos
corredores do Congresso. Para além disso, todo o contexto nacional não é
favorável para nosso futuro, acabamos de perder nossa maior riqueza natural, a
exploração do Petróleo, a Petrobras. Por isso, nos estamos ocupando, porque
estamos nos opondo a tudo”, alerta Camila.
Ocupações
O Portal Vermelho
entrou em contato com Lucas Dantas, estudante do primeiro colégio ocupado no
estado de São Paulo, Ossis Salvestrini Mendes, localizado no município de
Sorocaba. O jovem, que cursa o ensino médio, está na coordenação da ocupação e
conta como ocorreu o processo de posse. “Fizemos uma assembleia na quarta-feira
(5), onde 70% dos estudantes decidiram favoravelmente pela permanência na
escola. Então, na quinta-feira (6), decidimos ocupar o colégio, às 7h. Houve
resistência por parte da diretoria, mas conseguimos manter a apropriação do
local”.
Lucas relata que 50 estudantes
permanecem no colégio, seguindo com uma agenda de limpeza do espaço, cuidado
com o patrimônio e regras de boa convivência. ” Todos os dias realizamos
debates educacionais, atividades culturais e eventos, só desocuparemos nossa
escola quando atenderem nossas reivindicações, não aceitamos a Reforma do
Ensino Médio, a Escola sem Partido e a PEC 241″, enfatiza o jovem.
Os estudantes que ocupam o
colégio “Ossis Salvestrini Mendes” pedem ajuda de doações para manter o
processo de resistência: Papel higiênico, alimentos não perecíveis, materiais
de limpeza, colchões, cobertores, pratos, garfos e facas são alguns dos itens
que encontram-se em falta no colégio. Para fazer a doação, entre em contato com
Erick no número 15- 996129803 ou visite o colégio: R. Paes de Linhares, 1198 –
Jd Brasilandia, Sorocaba
Institutos Federais
No Rio Grande do Norte, 4
Institutos Federais estão ocupados.
Pedro Gorki, diretor da Ubes
no estado, acompanha o processo e conta como é o cotidiano das ocupações.
“Pretendemos dobrar o número de institutos federais tomados até a próxima
segunda-feira (10). No cotidiano das ocupações, realizamos debates educacionais
com o apoio da comunidade escolar, denunciando o desmonte promovido na área,
além de conscientizamos os estudantes sobre o risco da PEC 241, da entrega do
Petróleo para as multinacionais e o conservadorismo no Projeto Escola Sem
Partido”, explica.
O estudante conta que, quanto
maior o conhecimento do desmonte da educação ofertado pelo governo ilegítimo de
Michel Temer, mais pessoas aderem e apoiam a causa das ocupações, “Alguns pais
de alunos chegaram a chorar, relembrando dos tempos que o FHC presidia o país e
promovia o completo sucateamento da educação”, afirma Pedro.
O diretor da Ubes enumera
alguns pontos fundamentais para o sucesso das ocupações, “Todos nós temos
tarefas diárias, nos desdobramos em comissões de cominação, limpeza, segurança,
alvorada, alimentação, para preservar o local a manter a organicidade do
processo”, conclui Pedro.
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