ECONOMIA: AUMENTO DA CONTA DE LUZ A PARTIR DE MARÇO!!
O consumidor
vai sentir no bolso, o aumento da conta de luz decorrente da revisão
extraordinária de tarifas, já a partir de março. A previsão foi feita pelo
presidente da Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica
(Abradee), Nelson Fonseca Leite, depois de se reunir ontem com o ministro de
Minas e Energia, Eduardo Braga. Leite disse que todas as empresas deverão pedir
a revisão, à exceção daquelas cujo reajuste anual é em fevereiro, porque os
custos adicionais já serão incluídos na tarifa. Ele não fez projeção de quanto
será o aumento das tarifas este ano. Em 2014, a conta de luz aumentou, em
média, 17%.
— Até o fim
deste mês as condições da revisão estarão estabelecidas, e os pedidos,
colocados, para que a Aneel possa, no início de fevereiro, apreciar esses
pedidos — disse.
Leite lembrou
que no próximo dia 20 a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) vai discutir os critérios da revisão extraordinária de tarifas, que
será utilizada principalmente para cobrir os custos com a cota extra da Conta
de Desenvolvimento Energético (CDE). Ele explicou que o Tesouro não fará mais
aportes na CDE, porém, os subsídios continuarão existindo, como baixa renda e
Luz para Todos, entre outros.
— A CDE
continua com a mesma destinação, mas muda a forma de financiamento de seus recursos,
que era parte na tarifa e parte proveniente do Tesouro. Agora, vai ser através
dessa revisão tarifária. Nenhum subsídio sai da CDE, mas passa do contribuinte
para o consumidor — disse Leite.
A proposta da
revisão, que deverá ficar em audiência pública por dez dias, incluirá o aumento
de cerca de 46% da energia de Itaipu. Leite defendeu que a revisão tarifária
seja rápida e ressaltou que isso permitirá que o setor volte a ser
autossustentável, sem depender do Tesouro.
O ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, confirmou que o governo decidiu alterar a política de
apoio ao setor elétrico, de olho nos objetivos fiscais. Segundo ele, a conta
das distribuidoras pelo uso de usinas térmicas e pela compra de energia no
mercado à vista pode ser paga de duas maneiras: pelo contribuinte ou pelo
consumidor. Ele considerou a primeira opção menos eficiente, pois não deixa
claro o verdadeiro custo do serviço, e disse que a decisão foi trazer as
despesas para “o espaço que lhes é natural”, isto é, a tarifa paga pelo
consumidor.
— Vamos ver
qual a implicação. Não é totalmente linear o que significa para as tarifas, mas
é essa a decisão — disse Levy.
Segundo fontes
da equipe econômica, não será fácil para as distribuidoras negociarem um novo
empréstimo com os bancos, já muito expostos ao setor elétrico.
O aumento da
Cide, tributo que incide sobre os combustíveis, é uma das alternativas da
equipe econômica para reforçar a arrecadação e ajudar a fechar as contas
públicas. O Ministério da Fazenda já fez várias simulações sobre o tamanho da
alíquota, que está zerada desde 2012, e seu impacto nas receitas e na inflação.
Segundo integrantes do governo, no entanto, a proposta ainda não está pronta.
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