Mais de R$ 5 Bilhões deixaram de ser repassados à educação nos últimos anos
A deputada estadual Luciane Carminatti, presidente da
Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Assembleia Legislativa, repercute o
parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre as contas do governo
Colombo no ano de 2016, aprovadas mesmo com as dezenas de restrições e a falta
de transparência na renúncia fiscal de R$ 5,4 bilhões. Essas informações foram
indicadas pelo relator do caso, o conselheiro Luiz Roberto Herbst, em sessão na
quarta-feira (31), que ressaltou também as dificuldades impostas pelo governo
ao acesso do TCE aos documentos e graves distorções no orçamento declarado
oficialmente, citando como exemplo o aumento de 33% dos gastos em campanhas
publicitárias.
Na tribuna, a deputada Luciane destacou uma conduta
recorrente do governo Colombo: o não cumprimento do repasse mínimo à saúde e
educação – somente esta área perdeu R$ 5 bilhões desde 2001. Neste montante,
está a soma dos recursos não aplicados, o desvio de impostos do Fundosocial e
os gastos com servidores inativos calculados como investimento na educação –
pagamento que deveria sair do caixa geral do estado. “Em 2015, R$ 710 milhões
saíram da educação para pagar os inativos, verba que poderia ser aplicada na
valorização dos profissionais da educação que estão nas salas de aula e na
melhoria da infraestrutura das escolas”, pontua a deputada.
“Se o mínimo dos 25% do orçamento fosse aplicado na
educação, o governo teria congelado o salário dos professores e demitido os
professores de informática das nossas escolas? Teria retirado direitos dos ACTs
e deixaria desde 2012 a rede estadual sem concurso para magistério?”, questiona
Luciane. “Em nome da economia de 95 mil reais, a Secretaria de Educação
determinou a alteração no horário de funcionamento do ensino noturno, uma
medida arbitrária que vem prejudicando milhares de estudantes e professores em
todo o estado. Essa situação reflete descaso e irresponsabilidade do governo da
gestão da educação”, enfatiza a parlamentar.
Além disso, o governador e a equipe precisam esclarecer para
a sociedade catarinense as chamadas pedaladas fiscais. No ano passado, o Estado
realizou indevida classificação contábil de R$ 470 milhões doados pela Celesc e
por outros contribuintes ao FundoSocial. Esse montante não foi repassado aos
poderes, aos municípios e à saúde e educação – ação que gerou pedido de
impeachment do governador Colombo na Assembleia. “O Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb) perdeu R$ 119 milhões em 2015. Além de todo o prejuízo
causado ao desenvolvimento dos municípios, o governo falha na contabilização e
transparência dos processos de renúncia fiscal, irresponsabilidade apontada
também pelo relator do TCE”, diz a presidente da Comissão de Educação.
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