México busca 58 estudantes desaparecidos após confronto com a polícia



      

      Autoridades da cidade de Iguala, no sudoeste do México, continuam as buscas por 58 estudantes que desapareceram após entrarem em confronto com a polícia durante um protesto ocorrido na semana passada.
       Uma nova manifestação aconteceu nesta segunda-feira para cobrar do governo local informações sobre o paradeiro dos estudantes. Os manifestantes chegaram a atacar o Congresso de Guerrero, Estado do qual Iguala faz parte.
     Na última sexta-feira (26), alunos de uma escola de formação de professores realizaram um protesto reivindicando mais recursos para a instituição. Eles também criticaram o que chamaram de "práticas de contratação discriminatórias", que privilegiariam docentes de áreas urbanas em detrimento dos de áreas rurais.
     A manifestação acabou em confronto com a polícia. Até agora, seis mortes foram confirmadas – outras 17 pessoas ficaram feridas e 58 estudantes permanecem desaparecidos.
     O confronto começou quando a polícia e outros homens armados não identificados dispararam contra os manifestantes e atearam fogo em um ônibus. No veículo, viajavam integrantes do time de futebol Los Avispones, de Chilpancingo, que disputa a terceira divisão da liga profissional no México.
    Vinte e dois policiais foram acusados de envolvimento no tiroteio e estão detidos. Os agentes tiveram de ser transferidos para as instalações da Procuradoria no balneário de Acapulco, porque familiares e outros desconhecidos ameaçaram resgatá-los dos quartéis onde permaneciam sob custódia.
     A polícia alegou que os manifestantes haviam tentado roubar alguns ônibus locais. Os estudantes afirmaram, no entanto, que estavam apenas conversando com os motoristas de ônibus na tentativa de conseguir uma carona de volta para a faculdade.
     Três dias após os confrontos, o paradeiro dos jovens desaparecidos ainda é desconhecido. O governo de Guerrero mobilizou uma operação para localizá-los que incluiu até o uso de helicópteros sobrevoando a região.
    Soldados e policiais, acompanhados em alguns momentos por familiares ou amigos dos desaparecidos, participam da operação.
      A busca inclui ainda instalações militares, quartéis da polícia, hospitais e até médicos legistas, mas até agora não obteve grandes resultados.
       Organizadores do protesto afirmaram que 58 estudantes não se apresentaram à reunião convocada pelo Comitê Executivo de Ayotzinapa realizada no fim de semana com o objetivo de fazer uma contagem dos sobreviventes do tiroteio e planejar uma estratégia de resposta. Familiares dos estudantes também não tiveram notícias dos jovens.
        Não está claro se os desaparecidos voltaram para suas comunidades - muitos membros da Escola Normal são indígenas – ou se foram levados pelo grupo que fez o segundo ataque - que, de acordo com o advogado Procurador Geral da Justiça do estado, Iñaky Branco Cabrera, pode ter relações com o crime organizado.

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