Secretaria de Saúde descarta ebola em paciente e UPA de Juiz de Fora é reaberta
A suspeita de
ebola em um paciente atendido na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Norte
provocou o fechamento do local por cinco horas e causou pânico entre os
moradores de Juiz de Fora, na Região da Zona da Mata mineira. O paciente, que
seria da cidade e chegou recentemente de uma viagem para Angola, na África,
fugiu depois de receber os cuidados médicos. A Secretaria de Estado de Saúde
(SES) descartou a doença e informou que o morador está com sintomas de dengue e
malária. O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar ainda procura pelo homem.
A UPA foi
fechada por volta das 12h, logo depois que o paciente, que não teve o nome
divulgado, deu entrada no local. Segundo um funcionário, que não quis se
identificar, o homem chegou recentemente de Angola com sintomas da doença. “Ele
chegou de viagem da África na última terça-feira passando mal. Ele buscou
atendimento somente neste sábado com sintomas, aparentemente, de malária.
Trouxe até exames feitos no país para cá”, explicou.
Os médicos
fizeram uma avaliação no paciente e resolveram levá-lo para o isolamento.
“Quando já estava indo para o local isolado, conseguiu fugir. Estamos
aguardando a captura dele”, comentou o funcionário. A unidade ficou fechada
para atendimento até as 17h. O local só foi liberado depois que a Secretaria de
Saúde descartou a doença. A unidade estava com aproximadamente 200 pessoas para
serem atendidas no momento do fechamento.
Segundo o
órgão, o paciente apresentou na UPA com dores na cabeça e febre alta, sintomas
que não determinam o ebola. Outro ponto determinante é que Angola não é um
local de transmissão da doença, por isso não é uma região de risco de
transmissão. Técnicos do Estado estão em contato com a Secretaria Municipal de
Saúde de Juiz de Fora. Eles orientaram que, quando o paciente for encontrado
novamente, que passe por exames de dengue e malária. Pois, o país africano tem
alta transmissão da doença. Além disso, a cidade mineira está com alto índice
de focos do mosquito Aedes aegypti.
O Corpo de
Bombeiros seguem as buscas pelo paciente que fugiu da UPA. Até o fim desta
reportagem, ele ainda não tinha sido encontrado.
Outros casos suspeitos
Outros casos
suspeitos da doença já foram registrados em Minas Gerais, mas nenhum
confirmado. Em outubro do ano passado, um paciente deu entrada no Hospital São
Sebastião, em Viçosa, também na Zona da Mata, com sintomas da doença. Ele
chegou a ficar isolado por quatro horas. No entanto, tratava-se de um alarme
falso e a suspeita foi descartada pelas secretarias de Saúde do estado e do
município.
O jovem de 24
anos, que não teve o nome divulgado, participou de um congresso nos Estados
Unidos. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES),
durante 15 dias, ele passou pelas cidades de Nova York, Chicago e Dallas. Em um
albergue, teve contato com um grupo de pessoas do Senegal, que não apresentavam
indícios de doença. Ao retornar a Viçosa, no início da semana, ele apresentava
febre alta, dor de garganta e erupções na pele.
Em novembro, o
susto aconteceu em Belo Horizonte. Um chileno de 41 anos desembarcou no
Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana de
Belo Horizonte, em um voo vindo de Salvador. Ele passou mal durante a viagem e
informou aos comissários de bordo a suspeita de estar com ebola. Imediatamente,
a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi acionada e, quando a
aeronave pousou, uma equipe já estava a postos para entrar no avião. A doença
foi logo descartada. O que era ebola se transformou numa simples diarreia.
O vírus
O vírus ebola
foi identificado pela primeira vez em 1976, no Zaire (atual República
Democrática do Congo), e, desde então, tem produzido vários surtos no
continente africano. Esse vírus foi transmitido para seres humanos que tiveram
contato com sangue, órgãos ou fluidos corporais de animais infectados, como
chimpanzés, gorilas, morcegos-gigantes, antílopes e porcos-espinhos. Em seres
humanos o período de incubação pode variar de dois a 21 dias. Há cinco espécies
de vírus, sendo o Zaire ebolavirus o que apresenta a maior letalidade,
geralmente acima de 60% dos casos diagnosticados.
De acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS), o recente surto do vírus é o maior desde
que a doença apareceu pela primeira vez.
Comentários
Postar um comentário