Governo quer tirar dinheiro do Pibid, Pronatec e Parfor para ampliar repasse a estados e municípios!!
O Ministério da Educação (MEC)
quer rever o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec)
e programas da educação básica como o Mais Educação, que incentiva a educação
integral nas escolas, para aumentar o investimento por aluno destinado a
estados e municípios. De acordo com a secretária executiva da pasta, Maria
Helena Guimarães de Castro, um diagnóstico preciso dos projetos vai
possibilitar a ampliação dos repasses.
“O Pronatec tem uma evasão de 65%
e um investimento de R$ 15 bilhões. O programa poderia ser avaliado, revisto,
de tal modo que se possa alocar recursos previstos para ampliar o Fundeb [Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação]”, disse a secretária em audiência pública hoje (7)
na Câmara dos Deputados para avaliar o segundo ano de implementação do Plano
Nacional de Educação (PNE).
O PNE é uma lei federal que prevê
20 metas, da educação infantil à pós-graduação, incluindo a valorização dos
trabalhadores em educação e a ampliação do investimento em educação dos atuais
6,1% para 10% do Produto Interno Bruto (PIB) por ano. As metas devem ser todas
cumpridas até 2024.
Segundo Maria Helena, o
investimento no Pronatec é superior à complementação de R$ 10 bilhões da União
aos estados e municípios por meio do Fundeb. “Parte do Pronatec é essencial,
como os cursos técnicos das instituições federais. A parte da formação
continuada e cursos de curta duração também é relevante, mas é possível fazer
parcerias de modo que o MEC não precise colocar recursos e utilize parte desses
recursos para melhorar o per capita do Fundeb e a complementação. Os estados e
municípios estão sufocados e isso precisa ser considerado.”
O PNE determina a definição e
implementação do chamado Custo Aluno-Qualidade (CAQ), que define quanto cada
aluno precisa para ter acesso a uma educação com um padrão mínimo de qualidade.
O cálculo ainda não foi definido, mas a intenção é que entrem na conta recursos
para infraestrutura, materiais e equipamentos, além do salário dos professores.
Pelo PNE, o CAQ inicial (CAQi) deve ser implementado em até dois anos de
vigência da lei, prazo que vence no próximo dia 24.
Em ano de ajuste fiscal, o
financiamento torna-se o grande nó do PNE. Maria Helena defende que os programas
da pasta sejam reavaliados para que os investimentos sejam redistribuídos para
“ampliar os recursos per capita para os estudantes”. “Ninguém é contra o CAQi,
mas é preciso ver as alternativas nesse período de crise”, ponderou.
Além do Pronatec, a secretária
executiva do MEC diz que pretende rever programas voltados à educação básica,
como o Mais Educação. “Há um desencontro, há mais estudantes no programa do que
os registrados no Censo Escolar.” Maria Helena também citou as bolsas ofertadas
aos professores, entre outras iniciativas, pelo Programa Institucional de
Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e pelo Plano Nacional de Formação de
Professores da Educação Básica (Parfor) como projetos passíveis de cortes. “São
investidos R$ 4,8 bilhões em bolsas para professores e não temos avaliação
dessas bolsas”.
O Pibid oferece bolsas para que
alunos de licenciatura atuem dentro das escolas públicas, com a orientação de
um docente, para fortalecer a formação dos futuros professores e incentivá-los
a lecionar no ensino básico. Já o Parfor é destinado a complementar a formação
dos professores.
O foco das reavaliações dos
programas será a educação básica, do ensino infantil ao ensino médio, segundo
Maria Helena.
Uma tentativa de otimizar os
programas da educação básica já havia sido anunciada no fim de março pelo
ex-ministro da Educação, Aloizio Mercadante. A intenção era concentrar os
esforços do Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) - ação para
alfabetizar as crianças até os 8 anos de idade – no Pibid e no Mais Educação em 26 mil escolas que
concentram os piores resultados em avaliações nacionais.
Segundo Maria Helena, a
iniciativa anunciada por Mercadante está parada por falta de recursos. “Tem
muita coisa que foi anunciada a está sem recurso, tem que avaliar com calma”,
disse à Agência Brasil.
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