Desocupação de escolas no RS será decidida na Justiça, diz secretário
O governo do Rio Grande do Sul
disse que vai ingressar na manhã de segunda-feira (12) com uma ação de
reintegração de posse das escolas estaduais ocupadas por estudantes no estado.
O documento, elaborado pela
Procuradoria-Geral do Estado (PGE), está "praticamente pronto", disse
ao G1 o titular da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), Luís Antônio Alcoba
de Freitas.
A decisão foi tomada após
descumprimento do prazo de 48 horas para a saída dos alunos das escolas,
encerrado no sábado (11). "Nós tentamos. Nossa intenção sempre foi
resolver de forma consensual. Mas se há conflito estabelecido, tem que buscar a
Justiça, que agora vai decidir", observou o secretário.
Caso a Justiça aceite o pedido, a
intenção do governo é não usar a Brigada Militar para a desocupação. "O
que nós queremos é com oficial de Justiça, nós achamos que estudantes tem que
sair". Entretanto, o secretário diz que está aberto para negociação mesmo
após o ajuizamento da ação.
Alcoba afirma que a maior
preocupação do governo é com o tempo de aulas paradas, o que pode comprometer o
ano letivo. Na Escola Emílio Massot, em Porto Alegre, a ocupação já passou de
um mês.
"Muitos cursos técnicos
encerram as aulas agora no meio do ano. Não temos mais como esperar". Para
o G1, o secretário reforçou que o movimento é legítimo, mas que pode ocorrer em
outros espaços. "Na frente da escola, em praças, mas não trancas as
escolas."
Levantamento da Seduc, da última
sexta-feira (10), aponta que o número de escolas ocupadas baixou de 120 para 98
instituições. "Em alguns locais se conseguiu negociar e os estudantes
saíram". Para o secretário, o número de ocupadas é "muito baixo"
em relação ao total de escolas, de 2,5 mil no estado. "Não temos nem 5% de
escolas ocupadas, mas que estão em grandes cidades, com maior número de
alunos".
No sábado (11), o governo do
estado divulgou um áudio a pais e alunos das escolas ocupadas pedindo a
colaboração para a reabertura das instituições nesta segunda. A mensagem foi
encaminhada a cerca de 10 mil pais de estudantes.
Em nota, o governo disse que
"o governo respeita as manifestações, mas quer evitar que a comunidade
escolar sofra ainda mais prejuízo no ano letivo".
Comentários
Postar um comentário