SAÚDE: Casos suspeitos de microcefalia chegam a 1.761 e atingem 422 municípios
Os casos de
bebês com suspeita de microcefalia (má-formação do cérebro) continuam
aumentando no Brasil e chegam a 1.761 em 422 municípios de 13 Estados e no
Distrito Federal, segundo um novo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde,
nesta terça-feira (8), em Brasília. No balanço foram constatados 19 óbitos de
bebês com microcefalia em oito Estados.
O total de
casos mostra um crescimento de 41% dos casos comparado ao último balanço,
quando foram registrados 1.248 bebês com suspeita de microcefalia no país.
Os casos do
balanço divulgado hoje foram contabilizados até 5 de dezembro e ainda são
considerados suspeitos porque são necessários exames de imagens do cérebro das
crianças para confirmar a má-formação. No balanço, entram todas as crianças
nascidas com cabeça com perímetro menor do que o considerado normal, o que é um
indício da doença.
O governo
confirmou pela primeira vez a relação entre o zika vírus e a microcefalia
depois do resultado positivo de um exame de um bebê cearense com microcefalia
feito pelo Instituto Evandro Chagas, do Pará, cuja mãe foi infectada pelo
vírus. Desde que foi confirmada essa relação com o zika --transmitido pelo
mosquito Aedes aegypti-- os casos de microcefalia passaram a ser de notificação
compulsória no país.
A partir desta
terça-feira (8), todos os casos notificados de microcefalia levarão em conta o
novo protocolo do ministério, que aponta que a suspeita de microcefalia será
dada a bebês que nasçam com a circunferência craniana igual ou menor do que 32
centímetros. Antes, já tinha a suspeita de microcefalia quando crianças nasciam
com o crânio igual ou inferior a 33 centímetros.
Novos critérios
Apesar do novo
protocolo, crianças que nasçam com crânio com pelo menos 33 centímetros serão
acompanhadas, embora com chances mínimas de ter microcefalia, segundo Claudio
Maierovitch, diretor do departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do
Ministério da Saúde.
"Essa
diferença de um centímetro leva a um grande número de notificação de crianças
que estão no limite da curva de normalidade. As crianças nessa faixa
continuarão sendo acompanhadas, mas a probabilidade de ter microcefalia é
baixíssima", disse Maierovitch.
O governo
federal mudou os critérios para a definição de casos de microcefalia na semana
passada. A decisão, começou a valer na quinta (3), em Pernambuco, Estado com o
maior número de casos, e esperava-se que seria estendido para todo o território
nacional. Na prática, menos pacientes serão considerados como casos
"suspeitos". Segundo o ministério, a mudança teve como base o padrão
determinado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Segundo
Maierovitch, o novo protocolo estabelece também critérios para óbito fetal e
abortamento por suspeita do vírus zika.
"É
esperado que cerca de duas semanas seja um tempo suficiente para classificação
dos casos a partir dos exames", afirmou Maierovitch.
O Estado de
Pernambuco continua tendo o maior número de casos (804, mas sem casos de
morte), seguido da Paraíba (316 com uma morte); Bahia (180 casos com duas
mortes); Rio Grande do Norte (106 casos e sete mortes); Sergipe (96 casos e
quatro mortes); Alagoas (81 casos); Ceará (40 casos e uma morte); Maranhão (37
casos e uma morte); Piauí (36 casos e uma morte); Tocantins (29 casos); Rio de
Janeiro (23 casos e duas mortes); Mato Grosso do Sul (nove casos); Goiás (três
casos) e Distrito Federal (um caso).
Protocolo de emergência
O Ministério
da Saúde lançou nesta terça (8) um protocolo emergencial de vigilância e
resposta aos casos de microcefalia relacionados ao vírus zika. O objetivo,
segundo a pasta, é passar informações, orientações técnicas e diretrizes para
profissionais de saúde e equipes de vigilância.
O documento
contém a definição de casos suspeitos de microcefalia durante a gestação, o
parto ou após o nascimento. Também traz critérios para a exclusão de casos
suspeitos e apresenta um sistema de notificação e investigação laboratorial.
Há ainda
orientações sobre como deve ser feita a investigação epidemiológica de casos
suspeitos e sobre o monitoramento e análise dos dados. O protocolo também traz
informações sobre o reforço do combate ao Aedes aegypti.
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