PCdoB lança manifesto à nação: Brasil sem Golpe
O Comitê Central lançou ontem
(8), um manifesto à nação brasileira: Brasil sem golpe. Para os comunistas, a
hora é “de união, de inclusão, de uma frente ampla democrática suprapartidária.
O confronto não é entre apoiadores e críticos do governo Dilma, mas entre
democratas e golpistas. Todos os que resistem ao golpe são nossos aliados neste
momento crucial. E há ainda a missão de persuadir, com fatos e argumentos, a
parcela hoje enganada pela onda midiática golpista”.
Nosso país vive dias nos quais se
decide o futuro da próxima geração. Com o pedido de impeachment contra a
presidenta Dilma Rousseff, pôs-se em marcha um golpe de Estado.
Esse impeachment é golpe, não tem
base legal, é um atentado ao Estado Democrático de Direito. A presidenta Dilma
não cometeu nenhum crime de responsabilidade. É honrada, íntegra. Deve cumprir
o mandato que 54 milhões de votos lhe deram e tratar de arrancar o Brasil o
quanto antes das unhas da crise econômica.
O golpe é contra o Brasil, o povo
e a democracia. Estão em jogo as conquistas de três décadas, desde que
derrubamos a ditadura.
Em dias assim, cada brasileira e
cada brasileiro estão chamados a cumprir seu dever, a se erguer, levantar sua
voz. Cada um precisa dar a sua ajuda para rechaçar o golpe, defender a
Constituição, salvar a democracia, para que o Brasil supere a crise econômica,
volte a crescer, avance nas conquistas, não retroceda.
O PCdoB concita nosso povo às
ruas, à luta, numa campanha nacional contra a trama golpista. Este Manifesto é
um apelo à ação, sem demora, sem descanso, sem vacilação.
É hora de união, de inclusão, de
uma frente ampla democrática suprapartidária. O confronto não é entre
apoiadores e críticos do governo Dilma, mas entre democratas e golpistas. Todos
os que resistem ao golpe são nossos aliados neste momento crucial. E há ainda a
missão de persuadir, com fatos e argumentos, a parcela hoje enganada pela onda
midiática golpista.
É hora da mobilização das forças
progressistas, dos partidos de esquerda, das centrais sindicais, das entidades
dos estudantes universitários e secundaristas, das mulheres, da Frente Brasil
Popular, da Frente Povo Sem Medo, de toda a constelação de movimentos sociais.
Das manifestações de rua, grandes e pequenas, da rede da legalidade Golpe Nunca
Mais, do diálogo convincente nas redes sociais, da inteligência, coragem,
criatividade, talento. Todos pela democracia! Hora de exercer enérgica pressão
sobre cada deputado, cada deputada, já que é na Câmara que a contenda terá seu
desfecho.
Defrontamo-nos com um golpe
sorrateiro, sem tanques nas ruas que, se consumado, levará o país ao
retrocesso.
É um golpe hipócrita por sua
motivação imediata: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aceitou o pedido de
impeachment buscando escapar da cassação pelos crimes de que é acusado: contas
secretas na Suíça, propinas, chantagens, achaques, mentiras. Seria cômico, se
não fosse trágico: um personagem desses travestir-se de moralizador.
É retrocesso pelas forças que o
impulsionam – em aberto conluio com Cunha. Estas incluem a oposição
conservadora, como o PSDB de Aécio Neves, setores da grande mídia, parcelas das
classes dominantes, segmentos do aparato jurídico-policial, as viúvas da
ditadura. Em suma, as mesmíssimas forças que o povo derrotou nas urnas de 2002,
2006, 2010 e 2014 querem agora voltar no tapetão.
Essa gente quer voltar para impor
um programa ultraliberal. Seu plano gera, desde já, mais recessão e desemprego
por prolongar a paralisia derivada da crise política. Mas desdobram-se, nas
“medidas dolorosas” – palavras do golpista Aécio –, ainda mais recessão, mais
demissões, corte de conquistas e direitos. Seria o fim da lei do reajuste do
salário-mínimo. A volta dos capachos do FMI, dos adeptos da reforma da
Previdência às custas dos aposentados, da terceirização e da “flexibilização”
da CLT, dos adversários do Bolsa Família, do Minha Casa Minha Vida, do Prouni e
outros programas dos governos Lula-Dilma que tiraram 40 milhões da pobreza
extrema. O retorno dos inimigos do regime de partilha no Pré-sal que destina
recursos à educação e à saúde.
A trama em marcha cinde o país em
dois campos – os democratas e os golpistas. Não há meio termo.
Chamamos todas as siglas da base
do governo, os demais partidos com sensibilidade democrática, os movimentos
sociais e entidades da sociedade civil, cada cidadã e cada cidadão, a erguerem
também a bandeira democrática do Brasil sem golpe.
O PCdoB está convicto de que, com
unidade ampla e o povo na rua, a democracia vencerá. O golpe será rechaçado!
São Paulo, 8 dezembro de 2015
O Comitê Central do PCdoB –
Partido Comunista do Brasil
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