Protesto contra o projeto de “terceirização” da rede pública de ensino proposta pelo governador Marconi Perillo (PSDB)
Depois da série de ocupações em São Paulo, uma escola em Goiânia está
ocupada desde a tarde de quarta-feira (9). Trata-se do Colégio Estadual
José Carlos Almeida, no centro da capital de Goiás.
Os estudantes ocuparam a unidade em protesto contra o projeto de
“terceirização” da rede pública de ensino proposta pelo governador
Marconi Perillo (PSDB). De acordo com a página dos estudantes no
Facebook, o governador e a secretária de Educação, Raquel Teixeira,
anunciaram a implantação das Organizações Sociais (OS’s) em mais de 200
escolas já para o início do ano que vem.
Os manifestantes reclamam da falta de diálogo com a sociedade civil,
pais, estudantes e professores. “O que é claramente é extremamente
antidemocrático”, reclamam. A medida será tomada mesmo depois de três
manifestações com a participação de centenas de pessoas.
A última foi na própria Secretária, que na ocasião teria se
comprometido a chamar um debate público para discutir a implementação
das OS’s, “o que não aconteceu”. “Os dois permaneceram em absoluto
silêncio negando-se a qualquer diálogo. Diante disto, com o avanço do
tempo e silêncio absoluto dos dois responsáveis pelas OS’s, não nos
restou outra opção se não a OCUPAÇÃO”, escrevem.
O colégio José Carlos de Almeida, conhecido em Goiás como JCA, já foi
considerado o 4º melhor colégio do Estado, mas foi fechado no meio do
ano passado sem qualquer justificativa por parte governo, que agora que
transformá-lo em OS.
Outro lado
Questionada pela reportagem, a Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce) afirmou que respeita
o direito de expressão, “mas ressalta que a referida unidade escolar
foi desativada há cerca de um ano devido ao baixo índice de alunos
matriculados. Na ocasião, todos os estudantes foram relocados para o
Colégio Estadual Lyceu de Goiânia.”
Sobre as OSs, os setores organizados foram “recebidos e as conversas
serviram de inspiração para algumas propostas. A implantação da nova
forma de gestão ocorre por meio de parceria, não de privatização ou
terceirização.”
“Esclarece que todas as escolas, com OSs ou não, terão de seguir o
mesmo currículo e determinadas metas. Além disso, as OSs terão de seguir
as determinações da Secretaria, mas a escola continuará exatamente como
é, pública, gratuita, e espera-se que cada vez com mais qualidade.
Reafirma que a gestão democrática será mantida e a parte pedagógica
orientada pela Seduce.
Os professores efetivos da rede estadual terão todos os seus direitos
respeitados; já os professores contratados pelas OSs passarão por uma
seleção pública, serão registrados pela CLT e terão piso salarial e
garantias trabalhistas, como férias, 13º salário e fundo de garantia.
Informa ainda que a secretária tem conversado sobre a proposta com os
40 subsecretários regionais de educação, cuja tarefa é difundir as
informações entre os professores e gestores, com setores organizados da
sociedade, com parlamentares e com a imprensa.”
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