Conselho de Ética abre processo de cassação de Eduardo Cunha
O Conselho de
Ética instaurou no início da tarde desta terça-feira (3) o processo de cassação
do mandato do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A
representação de Rede e PSOL contra Cunha chegou ao Conselho de Ética na última
quarta-feira (28). Será investigado se o parlamentar cometeu quebra de decoro
parlamentar ao dizer à CPI da Petrobras que não possui contas bancárias
secretas na Suíça.
No encontro,
será realizado o sorteio de três deputados. Um deles será escolhido pelo
presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), para ser relator do caso.
O resultado deve sair até quarta-feira (4).
Segundo
Araújo, o relator terá 10 dias para apresentação de relatório preliminar. A
partir dessa análise prévia, Eduardo Cunha terá o mesmo prazo para defesa. O deputado
destaca que todo o processo poderá levar até 90 dias úteis.
À Agência
Câmara, José Carlos Araújo afirma que o fato de Eduardo Cunha presidir a Câmara
não muda o ritmo do processo: "Antes de ser presidente da Câmara, ele foi
eleito deputado. É um deputado como todos nós. Temos 513 deputados nesta Casa.
Todos são iguais. Por acaso, ele está como presidente da Câmara, como outro
está como primeiro-secretário, segundo-secretário ou vice-presidente, e como eu
estou presidente do Conselho de Ética".
Segundo o
jornal Estadão, Araújo adorou a formação atual de blocos partidários para a
organização do sorteio que dará origem a uma lista de três nomes de onde será
escolhido o relator. Pelo Código de Ética da Casa, não podem assumir a
relatoria deputados do Estado, do partido e do bloco partidário do
representado, ficando de fora deputados do PMDB, do Rio de Janeiro e do bloco a
qual pertence a sigla. Ainda conforme o jornal, havia dúvida sobre qual bloco
deveria ser levado em consideração, se o formado para eleição do presidente da
Câmara, que inclui PMDB e outros 12 partidos, ou o novo, composto por PMDB e
PEN. Segundo Araújo, valerá o bloco atual.
A decisão abre
espaço para que deputados aliados e integrantes de partidos próximos a Cunha
participem do sorteio, ampliando as chances de um parlamentar pró-Cunha assumir
a relatoria. A decisão poupa da restrição nomes de PTB (1), PP (2), PSC (1),
PRB (1), DEM (1) e Solidariedade (1).
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