ARTIGO: Deixar a estrada da exclusão social
Por Flávio Dino
A fome é a
negação mais cruel dos direitos fundamentais de qualquer ser humano. É a
negação da condição básica para o desenvolvimento do homem que, sem ter o que
comer, não consegue trilhar os caminhos que pedem os sonhos que tem para si e
para a sua família. É a negação primeira do que a filósofa Hannah Arendt chamou
do“direito a ter direitos”. Sem nada para comer, como ter acesso à educação, à
cultura, ao trabalho ou à sua autodeterminação?
Infelizmente, a
negação do "direito a ter direitos" ainda é muito viva em nossa
realidade. Lembro que cerca de 25% dos maranhenses ainda vivem na extrema
pobreza, o que corresponde a cerca de 1,5 milhão de pessoas. Mas esses não são
dados frios, e a reportagem “Estrada da Fome”, exibida na última segunda-feira
pela TV Record para todo o Brasil, mostrou que esse retrato cruel é verdadeiro,
tem nome e sobrenome, tem rosto e lágrimas.
Esse legado de
desumanidade e descaso foi herdado por nós, maranhenses, em decorrência de
décadas de governos que deram as costas aos mais necessitados. Como explicar,
por exemplo, que o Maranhão seja a 16ª economia do país, estado que possui água
em abundância, terras boas e um povo com muita vontade de vencer, mas com as
piores condições de vida do país? A explicação somente pode residir na
histórica combinação entre utilização pessoal do patrimônio público, corrupção
e injustiça social, caminhos pelos quais poucos se apropriaram dos bens de
milhões de pessoas.
As vozes do
coronelismo maranhense, que hoje vivem enorme crise de abstinência com a perda
de antigos privilégios e de ganhos ilícitos, calam-se diante da calamidade
retratada por 1 hora na última segunda-feira em rede nacional. Contudo, ao
contrário do que eles sempre fizeram, estamos lutando para transformar esse
inaceitável retrato.
Creio que
nenhuma pessoa deve ficar insensível diante desse quadro. Especialmente no que
se refere ao papel do governante, deve ser o de buscar soluções urgentes,
duradouras e eficazes para dar a essas pessoas o direito de voltar a sonhar.
Foi por este motivo que, logo no primeiro dia de Governo, minutos após a nossa
posse, instituímos o Plano de Ações Mais IDH. Ele começa pelas 30 cidades com
menor Indice de Desenvolvimento Humano em nosso Estado e vai mostrar
progressivamente que, sim, nós podemos mudar o cenário imposto por décadas de
desmandos políticos e desrespeito com a população.
Por intermédio
do Plano Mais IDH, o Governo do Estado começou a levar mais direitos e mais
dignidade a esses milhões de maranhenses outrora invisíveis, cujos futuros
foram criminosamente roubados em tenebrosas transações. Agora, o orçamento
público é aplicado com a único objetivo de servir a população, com enfoque
especial àqueles que mais precisam da ação direta do Estado
Para que se
tenha a dimensão deste programa, somente na primeira semana do Mutirão Mais
IDH, foram realizados 18 mil atendimentos em 9 municípios. Nesse mutirão,
encontramos milhares de pessoas que jamais tiveram acesso a qualquer serviço
público, que jamais foram lembrados pelos governantes, a não ser em tempo de
eleição. Até o fim do nosso governo, vamos levar a todas as regiões maranhenses
provas concretas de que vale a pena lutar e ter esperança em dias melhores.
Apoio à produção, políticas sociais, ampliação de infraestrutura e combate à
corrupção são os pilares que sustentam esse novo projeto de desenvolvimento no
Maranhão.
O destino dos
milhões de maranhenses não é estar irrevogavelmente à margem do mundo dos
direitos. É para colocá-los na rota do crescimento e dar-lhes condições de se
fortalecer, educar e prosperar que conduzimos as ações governamentais, em que
hoje há o DNA da indignação transformadora.
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