Retirada de panela do Axixá por Instituto Histórico vira caso de polícia

O ato de membros do Instituto Histórico e Geográfico do Codó terem ido à comunidade de Axixá, no último sábado (2/maio) para trazer para a cidade a panela gigante, possivelmente usada por escravos codoenses, virou, ontem, 4, caso de polícia.

É que um grupo de pessoas, capitaneado pela senhora Maria Emília Cruz, mãe de santo do povoado, e seu filho Luis Alves Ferreira, o Luizinho, atual presidente da Associação de Moradores do lugarejo, foi à delegacia registrar um Boletim de Ocorrência denunciando a ação do Instituto.

Na ocasião, dona Emília, chorava copiosamente a perda e lamentava a forma como a panela foi levada, panela esta que, como havia avisado o diretor do departamento de Igualdade Racial, Francialdo Oliveira, tinha um valor religioso para Axixá. Nós a entrevistamos:

Blog – POR QUE A SENHORA CHORA, QUAL É O MOTIVO DE SUAS LÁGRIMAS?

Maria Emília – é emoção demais, tiraram um pedacinho de mim, eu não suporto sem ver ela (panela) lá não, meu prazer é ver ela lá de novo.

Blog – A SENHORA FICOU CHOCADA COM A SITUAÇÃO?

Maria Emília – Fiquei bastante mesmo, basta ser que meu filho não tava em casa, levaram.

Blog – E POR QUE ELA É TÃO IMPORTANTE ASSIM PRA VOCÊS, POR QUE A SENHORA CHORA TANTO ASSIM?

Maria Emília – é porque ela é vigia dos matos, achamos ela na mata então foi o vigia dos matos que botou ela pra nossa casa.

Blog – NÃO ESTAVA ENTERRADA COMO ELES ESTÃO DIZENDO?

Maria Emília – Tava não, não senhor, ela tava cheia de folha quando eles foram buscar.

Blog – QUAL É O DESEJO DA SENHORA AGORA?

Maria Emília – ela de volta.

Blog – VOCÊS VIERAM REGISTRAR O CASO NA DELEGACIA?

Maria Emília – Foi, pra voltar com ela (…) Eles podia não ter feito isso, podia não ter feito uma coisa dessas não.

O Boletim de Ocorrência foi registrado e nesta terça-feira (5) a imprensa vai ouvir o delegado responsável por abrir a investigação sobre que providências serão tomadas a respeito.

EXPLICAÇÃO DA PM

Quem também ainda não emitiu nota de esclarecimento foi o comando do 17º Batalhão uma vez que dois policiais militares acompanharam a ação do Instituto, contestada pelos moradores, sem motivo justificável.

Não se tratava de uma reintegração de posse do Instituto, ou qualquer outra coisa do tipo, para a qual estava sendo cumprida ordem judicial, que, quando necessária, justifica a presença ostensiva da PM para fazer valer  a ordem do meritíssimo juiz.

Além do mais os policiais do 17º BMP chegaram de carona num carro oficial da Universidade Federal do Maranhão que teve a placa anotada pelos moradores e seus números entregues ao diretor do departamento de Igualdade Racial, Francialdo de Oliveira.

A rádio Eldorado AM, por meio do programa A Hora da Verdade, de César Santos, cobrou, veementemente, explicações do tenente-coronel, Jurandir Braga, a respeito da presença de seus comandados no local. O programa Pânico, com JJP, também destacou o caso que vem mexendo com a sociedade local.


A imprensa ainda aguarda resposta da Polícia.

fonte: Blog do Acélio

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