Viva luz! Cemar é investigada por suspeita de fraudar o Luz Para Todos
As suspeitas de irregularidades na Cemar
(Companhia Energética do Maranhão) não se limitam ao programa Viva Luz,
onde a empresa receberia R$ 25 milhões para pagar a si próprio R$ 1,6
milhão (reveja aqui e aqui).
Desde 2009 o TCU (Tribunal de Contas da União) investiga fraudes na
aplicação do Luz Para Todos no Maranhão, de responsabilidade da
companhia.
Um relatório do tribunal feito à época
diz que inspeções da Eletrobrás constataram 13 mil ligações a menos do
que o total (103 mil) que havia sido reportado pelo Estado ao Luz para
Todos. Outro ponto questionado pelo TCU é uma suposta incongruência
técnica nos dados fornecidos pela Cemar.
Na prestação de contas do primeiro
contrato do Luz para Todos, por exemplo, a empresa alega ter
eletrificado 1.578 casas a mais do que o previsto, mas registra a
instalação de 77 mil postes a menos do que o necessário para cumprir a
meta inicial definida no edital.
Esse contrato, de 2004, foi assinado por
Silas Rondeau quando ele presidia a Eletrobrás, a estatal responsável
pelo programa federal de eletrificação. Homem de confiança de Sarney,
Rondeau virou ministro de Minas e Energia no ano seguinte. Em maio de
2007, caiu por suspeita de corrupção.
Os indícios de fraude começaram a ser
apurados a partir de reclamação do sindicato de funcionários da Cemar
dando conta de que a empresa deixou de fazer ao menos 50 mil das 103 mil
ligações de energia estipuladas para 2005 e 2006. Há fraude até na
fiscalização. Um fiscal teria vistoriado 2.376 casas em 12 municípios
durante 15 dias, quase 160 casas por dia.
No processo que corre no TCU, a Cemar
fez-se defender por um de seus diretores, o filho bastardo de Sarney,
José Jorge Leite Soares. Zé Jorge, como é conhecido, recebeu uma
procuração para movimentar a conta do Instituto Mirante. A ONG é
suspeita de desviar parte de uma verba de R$ 150 mil repassada pela
Eletrobrás para patrocínio cultural de festas.
Segundo a Polícia Federal, as ligações
entre Cemar, Eletrobrás, empreiteiras, Ministério de Minas e Energia e,
mais especificamente, a presença de aliados da família Sarney em todas
as instâncias revelam tráfico de influência em torno de todo o setor
elétrico do país. Relatório do inquérito da Operação Boi Barrica, da PF,
chama o grupo maranhense de “organização criminosa” e diz que ela é
liderada por Fernando Sarney
fonte: Blog Marrapá
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