Ministro da Educação tropeça feio no português durante entrevista
São Paulo – “Haverão mudanças, mas essas mudanças não
ocorrerão em um curto prazo”, disse o ministro da Educação sobre o Enem em
entrevista para Globonews na semana passada.
O plural em “haverão” doeu agudamente no ouvido dos
gramáticos já que, segundo o português padrão, o verbo haver, no sentido de
ocorrer, fica sempre no singular. “ É
sem plural, usado apenas na 3ª pessoa do singular: ‘haverá mudanças na Educação’”,
corrige o professor de português Diogo Arrais.
O mesmo ocorre com o verbo fazer, quando tem sentido de
tempo decorrido. Ou seja, o certo é dizer que, por exemplo, faz seis dias que o
ministro cometeu esse erro crasso de português. Ao contar para alguém sobre o
tropeço de Mendonça Filho na norma culta, se você disser que “fazem seis dias
que ele deu a entrevista”, cometerá o
mesmo equívoco.
Segundo o professor Arrais, caso a frase tivesse sido
proferida 200 anos atrás, a concordância estaria correta. “Há dois séculos, o
verbo haver concordava com o sujeito, tinha plural. O que aconteceu foi a vinda
da noção de impessoalidade, de verbos que possuem sujeito inexistente”,
explica.
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