ROUBO DE CARGA NO RIO CRESCE 200% EM 4 ANOS!!
Numa noite de 2017, por volta das 22h, o caminhoneiro Pedro,
50, dirigia pela rodovia Presidente Dutra, que liga o Rio a São Paulo.
Carregava peças de automóvel quando, de repente, quatro motos se aproximaram.
Duas delas se posicionaram ao lado do caminhão, e duas, atrás. Um homem apontou
um fuzil para Pedro e ordenou que ele seguisse o comboio. Do contrário,
atiraria.
Pedro (nome fictício) foi guiado pela rodovia e, em seguida,
para dentro de uma favela. Passou por ruelas e chegou em uma clareira. “Eles me
perguntaram se o caminhão tinha rastreamento”, disse, numa referência ao
sistema de monitoramento via satélite que alerta quando um veículo sai da rota
ou tem suas portas abertas em endereço que não o destino. “Respondi que sim.
Como eles já sabem como funciona, pediram para eu sair pela janela. Nem eu
sabia que, se abrisse a porta, poderia acionar um alarme.”
Pedro foi levado para “um barraco”, onde ficou sob a vigia
de homens armados “por umas duas horas”, enquanto, do lado de fora, outros
esvaziavam a carga de peças.
Pedro foi conduzido de volta ao caminhão e liberado para
deixar a favela. “Fisicamente, não me fizeram nada, mas a cabeça fica como?”.
Caminhoneiro há 30 anos, nunca havia passado por situação de violência até
aquela noite. “Pensei muito em sair da profissão. Só não saio porque não sei
fazer outra coisa.”
Milhares de caminhoneiros já viveram o que Pedro descreve.
Em 2017, foram 10.599 casos, o equivalente a 1 roubo a cada 50 minutos —52%
deles foram registrados em 11 das 138 unidades policiais.
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