DIVERSIDADE É TEMA CENTRAL DO OSCAR 2018!!
Sabia-se, desde o começo, que este seria um Oscar um tanto
diferente. O escândalo Weinstein e os que vieram a seguir, a reação radical das
mulheres (não só as do cinema) diante de assediadores em geral...
Isso não é tudo. Longe disso: entre os candidatos a melhor
filme, havia uma produção em que o amor entre gays é aberto; havia o
filme-surpresa da temporada americana, dirigido por um negro, estreante e com
um pensamento racial ostensivo (“Corra!”).Há muito tempo, em suma, não acontecia nada parecido na noite do Oscar. Tudo: gênero, cor, opções sexuais –tudo mesmo apontava para uma mudança cultural profunda nos hábitos ocidentais.
Hollywood pode até não ser a ponta de lança dessas mudanças, mas é um indicador poderoso (não é à toa que Harvey Weinstein foi um produtor de cinema de peso).
Para que lado penderia a Academia? Para o da aceitação da homossexualidade? Por que não? Se existe até uma atriz transexual em “A Mulher Fantástica”, concorrendo a melhor filme estrangeiro. Ou penderia ao enfrentamento franco do racismo, questão urgente nos EUA (e em quase todo o mundo)?
Até alguns meses atrás, tais escolhas podiam parecer impossíveis. Não mais.
O fato é que desta vez até as opções mais, digamos, “light”, são atravessadas por esse tipo de questões, e suas tensões apareciam desde o famoso “tapete vermelho”, e logo em seguida, na primeira entrada do apresentador Jimmy Kimmel, farta em menções a sexualidades e cores da pele.
Tudo quase tão surpreendente quanto o aparecimento de Eva Marie Saint, do alto de seus 95 anos, a evocar uma era em que o cinema era a grande arte. A terceira idade (a popular velhice) foi salva pelo prêmio de melhor roteiro adaptado para James Ivory, 89, o mais velho a receber um Oscar na história, por "Me Chame pelo Seu Nome". Mas foi tudo o que os veteranos conseguiram na noite. Nem Christopher Plummer nem Agnès Varda ganharam nada.
O primeiro grito político da noite veio com “Uma Mulher Fantástica”: transexualidade num filme chileno. Como pedir mais? Bem, seria legal se a atriz negra ganhasse como melhor coadjuvante. Não rolou.
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