Alunos e professores no estado do Rio protestam por investimentos na educação
Uma série de protestos foi
organizada, nos últimos dias, por alunos da rede pública do Rio de Janeiro em
frente a escolas ou no centro da capital. Em apoio à greve dos servidores da
educação – contra o parcelamento e o atraso nos salários – alunos levantaram
faixas, colocaram nariz de palhaço, organizaram discussões nas escolas e
participaram de aulas públicas. Hoje (11), eles fazem uma assembleia na Praça Afonso Pena, na Tijuca.
Na quarta-feira (9), de maneira
irreverente, no centro do Rio, vestidos de preto, os estudantes da Escola
Técnica Estadual de Teatro Martins Penna apresentaram esquetes, com caixões,
sobre a crise no Rio, contra a precariedade dos serviços públicos e a falta de
investimentos que se arrastam há anos. Eles estão sem refeitório e sem
vale-transporte para frequentar aulas.
“Quer ler livro, acha que merece?
Quer ir ao cinema, acha que merece? Quer ir ao teatro, acha que merece? O
governador deu a cultura para a OS [organização social]”, diz um trecho da
paródia com a música Baile de Favela, pedindo que o governo estadual “bote
grana na escola” e criticando investimentos feitos por intermédio de
organizações privadas.
Em uma caminhada Ontem (10),
transmitida ao vivo na internet, em Bonsucesso, na zona norte do Rio,
professores e estudantes do Colégio Estadual Jornalista Tim Lopes também
cobraram mais investimentos na educação do estado, que sofre uma crise, com
queda na arrecadação. Eles pediram a saída do governador Luiz Fernando Pezão e
da presidenta Dilma Rousseff.
Em Niterói, município da região
metropolitana, o grêmio da Escola Técnica Henrique Lage organizou atividade
aberta sobre o papel das greves na sociedade e frequentou aulas públicas na
Praça XV, no centro do Rio. Os professores deram apoio e ainda levaram os
estudantes para conhecer prédios públicos importantes, com explicações de um
professor de história.
Desde o último dia 2, quando os
servidores entraram em greve, protestos são feitos em municípios como
Teresópolis, na região serrana, Duque de Caxias e Belford Roxo, na Baixada
Fluminense, Cabo Frio, na Região dos Lagos, além de São Fidélis e Campos, no
norte fluminense.
Para o Sindicato Estadual dos
Profissionais em Educação no Rio de Janeiro, que tem acompanhado as
manifestações, é importante o apoio à greve na rede de ensino – que chega a 70%
da categoria. “Com certeza, imediatamente, alunos são os grandes prejudicados.
Eles têm que ter algum protagonismo”, disse uma das diretoras da entidade,
Maria Beatriz Lugão.
A Secretaria de Educação, por
outro lado, não concorda. Acredita que os grevistas estão colocando os
estudantes em risco, ao “incitá-los a ir para as ruas reclamar dos problemas de
infraestrutura”. Alegando proteger os estudantes, a pasta informou, em nota,
que vai comunicar oficialmente ao Ministério Público e ao Conselho Tutelar que
"alunos menores de idade estão não somente perdendo aulas, mas indo para
as ruas e sendo expostos a perigos físicos”.
A secretaria diz que não há
atraso no pagamento de salários e que o governo do estado alterou a data de
pagamento de todos os servidores. Os profissionais, no entanto, alegam que com
o adiamento, fica difícil pagar sem juros as contas que vencem nos primeiros
dias do mês.
Nos cálculos da secretaria,
apenas 3% dos servidores da educação aderiram à greve.
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