Reforma trabalhista deve ser votada no Plenário nesta quarta-feira!!
Com tramitação em regime de urgência, o projeto de reforma
trabalhista (PL 6787/16) deve ser votado nesta terça-feira (25) pela comissão especial
e na quarta-feira (26) no Plenário da Câmara.
O relator da proposta, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN),
deve apresentar novo substitutivo, ou seja, uma proposta diferente da que
apresentou há duas semanas.
Como parte do acordo que resultou na aprovação da urgência
para o projeto, Marinho concordou em aceitar emendas ao texto até o fim da
tarde desta segunda-feira (24).
"Nós vamos permitir emendamento, apesar de o regime de
urgência retirar essa possibilidade. Nós fizemos um gesto no sentido de que
haja emendas ao nosso substitutivo no âmbito da comissão”.
Segundo o deputado, há mais de 200 emendas ao texto, e a
ideia é debater e votar um novo substitutivo que será feito em função dessas
emendas, sem prejuízo das que ainda poderão ser apresentadas novamente no
Plenário.
O regime de urgência para a proposta impede que os
integrantes da comissão especial peçam vista do projeto quando for apresentado
novo substitutivo, mas deputados de oposição querem debater mais o tema, que
altera pontos da Consolidação das Leis Trabalhistas, a CLT.
Para o líder do PT, Carlos Zarattini (SP), o projeto afeta
os direitos dos trabalhadores e precisa ser alterado. Uma das medidas
criticadas por ele é a regulamentação do chamado trabalho intermitente,
modalidade que permite que os empregados sejam pagos por período trabalhado.
"No trabalho intermitente, a pessoa é contratada mas
não tem uma jornada definida. Ele vai trabalhar de acordo com o interesse do
patrão. Um dia ele trabalha duas horas, outro, 10 outro oito", exemplificou.
Negociado x legislado
O substitutivo apresentado por Marinho prevê que a
negociação entre empresas e trabalhadores prevaleça sobre a lei em pontos como
parcelamento das férias em até três vezes, jornada de trabalho de até 12 horas
diárias, plano de cargos e salários, banco de horas e trabalho em casa.
Também acaba com o obrigatoriedade do imposto sindical e com
a exigência de os sindicatos homologarem a rescisão contratual no caso de
demissão.
Rogério Marinho nega que o projeto retire direitos dos
trabalhadores e afirma que vai modernizar a legislação e permitir a geração de
empregos, ao dar segurança jurídica aos empresários e colocar na formalidade
trabalhadores sem carteira assinada.
Manifestações
Para o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), a semana deverá
ser de confrontos no Plenário. “Não vamos aceitar calados a retirada de
direitos dos trabalhadores, a pior de todas desde a aprovação da CLT, em 1942,
nas palavras de juízes procuradores do Trabalho”.
O líder do governo no Congresso, deputado André Moura
(PSC-SE) defendeu as manifestações, desde que pacíficas, e disse que os
protestos não vão atrapalhar as votações da reforma trabalhista e da reforma da
Previdência, que, segundo ele modernizam a legislação.
"As manifestações, desde que sejam ordeiras, pacíficas,
são importantes e nós apoiamos porque elas servem, acima de tudo, para abrir o
diálogo. O que não aceitamos são as manifestações que não são ordeiras e
pacíficas, mas de baderneiros, de mal-educados, que não respeitam a democracia.
Não iremos com isso nos curvar ao que eles querem. Muito pelo contrário".
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