Greve dos professores de SP já é a mais longa da história
Iniciada em 13
de março, a greve dos professores da rede estadual paulista de ensino completa
nesta quinta-feira (4) 84 dias e supera a greve de 82 dias realizada em 1989,
segundo o sindicato que representa a categoria (Apeoesp). Uma nova assembleia
será realizada na tarde desta quarta para decidir se a paralisação continua.
Segundo a
entidade, a maior greve da história da Apeoesp, fundada em 1945, foi
decretada em 19 de abril de 1989 e durou
até 7 de julho do mesmo ano. A entidade considera ainda na conta outros dias
que a categoria participou da greve geral naquele mesmo ano.
Professores
reunidos no vão livre do Masp decretaram a greve na tarde de 13 de março. Os professores estão sem receber os salários
e a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha reconheceu na última semana o
arrefecimento da mobilização.
Os professores
reivindicam 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com
formação de nível superior.
Segundo o
governo do estado, a Apeoesp é o único sindicato em greve entre as seis
entidades que representam a categoria. Os índices oficiais apontam 96% de
comparecimento nas escolas. O governo diz que orienta as escolas para que, em
caso de necessidade, utilizem o banco de 35 mil profissionais substitutos das
diretorias de ensino para garantir as atividades escolares.
Professores da
rede estadual de ensino de São Paulo votam a favor da manutenção da greve
durante assembleia no vão livre do MASP (Foto: Dario Oliveira/Código 19/Estadão
Conteúdo)
Professores da
rede estadual de ensino de São Paulo votam a favor da manutenção da greve
durante assembleia no vão livre do MASP (Foto: Dario Oliveira/Código 19/Estadão
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A gestão de
Geraldo Alckmin (PSDB) diz ter dado reajuste de 45% no acumulado dos últimos
quatro anos e que parte da categoria receberá até 10,5% de aumento de acordo
com desempenho em avaliação. Diz ainda recebeu os professores oito vezes desde
o início da greve, rebateno a afirmação da Apeoesp de que não é aberta ao
diálogo.
Segundo o
governo estadual, foram reafirmadas as outras quatro propostas de melhorias aos
professores paulistas, entre elas a inclusão dos temporários na rede de
atendimento do Iamspe e o aprimoramento da contratação destes docentes.
Nos últimos
quatro anos, de acordo com a posição
oficial, foram concedidos 45% de aumento acumulado e consolidados os mecanismos
de promoção por mérito, além de definido o pagamento do maior bônus da história
por desempenho, no valor de R$ 1 bilhão.
"A baixa
adesão vem mostrando que o movimento não representa a rede de professores, que
continua de maneira maciça em sala de aula. Os grevistas, lamentavelmente,
chegam a comemorar os dias parados, confirmando uma atuação política despreocupada
com pais e alunos. A justiça, no entanto, já autorizou o desconto salarial dos
faltantes, alinhada ao compromisso prioritário da Secretaria com o direito
incontestável que os estudantes têm de aprender", diz a nota da secretaria
de estado da Educação.
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