Cabos eleitorais no Rio ganham mais que carteiros e técnicos de enfermagem!!
Liberada desde 6 de julho, a propaganda eleitoral por meio de
cavaletes, bonecos, cartazes e mesas para distribuição de material de
campanha é, para centenas de pessoas no Rio de Janeiro, uma oportunidade
para driblar o desemprego e conseguir uma renda extra nos meses que
antecedem a eleição –o primeiro turno está marcado para 5 de outubro. Um
"plaqueiro" –pessoa que toma conta do material de publicidade dos
candidatos-- pode ganhar mais de R$ 1.200 por mês, dependendo do
postulante e do partido.
O valor é quase o dobro do salário
mínimo em vigor atualmente no Brasil (R$ 724) e supera a remuneração
inicial de categorias reconhecidas pelo esforço físico, como um carteiro
(R$ 1.100), ou que exigem formação técnica, como técnicos de enfermagem
e secretariado (R$ 1.177,01).
A ajudante de cozinha
desempregada Yrléia Silva, 52, é uma que está aproveitando a
oportunidade. Durante a semana, das 6h30 às 14h, ela cuida de duas
placas/bonecos do candidato a deputado estadual Carlos Osório (PMDB) na
Tijuca, bairro onde mora, na zona norte do Rio.
Yrléia admite
que não conhece muito de Osório – "só falaram que ele foi não sei o que
do BRT" – e que a preferência é pela campanha que pagar melhor. "Mas ele
está pagando direitinho, R$ 312 por semana (R$ 1.248 por mês)". Osório
foi secretário municipal de Transportes do Rio.
Com o valor, a plaqueira ajuda duas pessoas da família que se encontram
acamadas e compra os remédios para a mãe, com quem mora, que sofre do
mal de Alzheimer. Sobre o voto, Yrléia diz ainda estar indecisa.
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