Temer derrotado pela Câmara!!!
Brasília. Em votação que representou uma derrota para o
presidente Michel Temer, a Câmara dos Deputados aprovou nessa terça-feira (20),
por 296 votos a 12, com três abstenções, o projeto que renegocia dívidas dos
Estados e do Distrito Federal com a União. Contrariando a orientação do
governo, os deputados retiraram do texto as contrapartidas para quem aderir ao
programa. O projeto segue para sanção presidencial.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a
votação e a independência do Congresso ante o Executivo. “Não precisamos dizer
‘amém’ ao Ministério da Fazenda. Temos que votar o texto que entendemos que é o
melhor para o Brasil. Se o presidente (Michel Temer) entender que não é o
melhor para o Brasil, ele veta. O que não podemos é convocar os deputados e não
votar nada”, disse em plenário.
Maia também criticou a articulação do Planalto, contrária à
retirada de contrapartidas que os Estados teriam que cumprir para obter a
renegociação. O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), foi um dos
que tentaram esvaziar o plenário para derrubar a sessão por falta de quórum.
O Ministério da Fazenda avisou que não concordava com as
mudanças, porque não havia nenhuma norma que garantisse a redução de gastos.
Com a aprovação do projeto, os Estados em calamidade financeira que aderirem ao
Regime de Recuperação Fiscal poderão ficar até três anos sem pagar a dívida.
A votação só foi possível depois que os líderes se reuniram
da manhã para mudar o texto aprovado no Senado. Até o PT aderiu à maioria, mas,
primeiro, exigiu que fosse retirado do texto o plano de demissão voluntária das
estatais.
De acordo com a nova proposta, as contrapartidas serão
determinadas por meio de projeto específico nas Assembleias Legislativas. No
texto inicial, Estados em calamidade financeira, como Rio de Janeiro, Rio Grande
do Sul e Minas Gerais, teriam o pagamento da dívida suspenso em troca de
medidas de ajuste, como a criação de programa de privatização; a elevação da
contribuição previdenciária dos servidores ativos e inativos para, no mínimo,
14%; a redução de benefícios fiscais; e a adoção de novas regras
previdenciárias.
Um dos principais pontos de conflito entre governo e
deputados, o texto previa ainda que, durante a moratória, os Estados ficariam
proibidos de conceder reajustes aos servidores, criar cargos, realizar
concursos públicos (exceto para suprir vagas), criar despesa obrigatória de
caráter continuado e gastar com publicidade oficial (exceto para saúde e
segurança). Todos os pontos foram retirados do relatório.
Após a votação, tanto Maia quanto o líder do governo na
Câmara dos Deputados evitaram falar em derrota do governo.
Talvez. O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE),
afirmou que o presidente Michel Temer vai fazer uma análise da proposta. Ele
não sinalizou se o presidente vai vetar ou não o texto.
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