CRISE PRA QUEM? ESCOLA COM MENSALIDADE DE R$ 8.000 REAIS, FALTA É VAGA!!!
Nada lembrava crise no evento que reuniu pais e filhos interessados em conhecer a escola Avenues,
sediada em Nova York e que abrirá uma unidade em São Paulo com mensalidade em
torno de R$ 8.000 –mais uma taxa anual de cerca de R$ 6.000.
Com lotação total, além de champagne, camarão e vinho à
vontade, o evento, em um prédio comercial na Vila Olímpia (zona oeste), recebeu
dezenas de pais com seus filhos, interessados no projeto da escola bilíngue que
promete formar "líderes globais" em várias cidades do mundo.
As primeiras turmas terão início no segundo semestre do ano
que vem. Mas, um ano antes de abrir as portas, a Avenues já recebeu em seu
escritório de São Paulo 2.000 famílias, conta Alan Greenberg, cofundador. São
crianças que, segundo ele, hoje estudam em quase 100 escolas diferentes.
Além dos pais, a escola também está movimentando o mercado
de contratações nas escolas de elite de São Paulo. A mais recente foi
apresentada no início do evento: Cristine Conforti, que deixou o Santa Cruz
após quatro décadas e liderará a área de estudos brasileiros da Avenues.
No total, 97 alunos dessas escolas, e de outras como Nossa
Senhora das Graças, Porto Seguro, Vera Cruz e Santo Américo foram ao encontro
desta terça-feira, junto de seus pais. Alguns ainda vestiam o uniforme da
escola que pretendem deixar.
Quem não conseguiu vaga para o encontro terá que se
inscrever em uma próxima edição. A participação em um evento do tipo é
pré-requisito do processo seletivo da Avenues, que receberá inscrições até
junho do ano que vem para 2.100 vagas.
A proposta da escola é ser uma instituição com diversos
campi pelo mundo, pelos quais os alunos poderão circular. O primeiro é o de
Nova York, onde estuda, por exemplo, Suri, a filha de Tom Cruise e Katie
Holmes. Há ainda planos de expansão para o Vale do Silício, China e Londres,
entre outros locais.
A aprovação em universidades de excelência é um dos pontos
do projeto pedagógico, mas a proposta também tem princípios presentes em
escolas construtivistas.
Um exemplo é a disposição das salas. Não se verá na Avenues
alunos enfileirados. Eles ficarão em formato de roda ou em pequenos grupos
pelos quais o professor circulará. O objetivo principal é ampliar a
participação do aluno.
Também se praticará ali o chamado ensino por projetos, já
praticado hoje em muitas escolas públicas e particulares, que demanda o
conhecimento de diversas disciplinas –em Nova York, por exemplo, um estudante
construiu um banjo em um projeto, unindo música, física e matemática, entre
outras matérias.
A brochura de apresentação da Avenues informa que "a
escola está iniciando o processo de credenciamento junto às autoridades educacionais"
brasileiras e que, portanto, "o processo de admissões (reserva de vaga) é
provisório e condicionado" a isso.
Mas a informação não era uma preocupação de muitos dos pais
presentes no encontro na terça-feira, entre eles médicos, empresários e apresentadora
de televisão.
Uma preocupação mencionada em mais de uma roda era a
preparação para universidades estrangeiras. "Uma das minhas filhas estudou
na Europa. Quando voltou para cá e entrou na USP não aguentou, achou muito
ruim", comentou uma mãe.
A formação dos alunos em valores socioemocionais era uma
preocupação de outra, que citou a importância da resiliência e da capacidade de
trabalho em grupo e mencionou uma "falta de empatia" de parte da
elite brasileira.
Greenberg diz que a diversidade será um valor, que a escola
trabalhará com o entorno e que quer alunos brasileiros tanto na USP como nas
melhores universidades dos EUA e Europa. "Precisamos ir além da
bolha", afirma.
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