SUPREMO RECEBE AÇÃO CONTRA REFORMA DO ENSINO MÉDIO!!
Um advogado de São Bernardo do
Campo, no ABC paulista, entrou com mandado de segurança no STF (Supremo
Tribunal Federal) para pedir a suspensão da medida –que prevê a flexibilidade
do currículo, a expansão do ensino integral e que abriu mão inicialmente da
exigência de disciplinas como educação física e artes nessa etapa.
A ação foi protocolada pelo
advogado Carlos Alexandre Klomfahs na própria quinta, quando Temer anunciou as
mudanças por medida provisória para acelerar a tramitação do plano. Na ação,
Klomfahs sustenta que a proposta não tem "relevância" nem
"urgência" –condições necessárias, diz ele, à edição de qualquer MP.
Ele argumenta ainda que, ao tirar
a obrigatoriedade de algumas disciplinas, incluindo ainda filosofia e sociologia,
a gestão Temer contribui "para a exclusão social e política provocada pela
ausência de reflexão e postura crítica que essa idade exige".
"Também é caracterizado
ilegalidade e abuso de poder a omissão por parte da autoridade impetrada, de
ouvir a sociedade civil organizada em seus órgãos como associação de docentes,
pais e mestres", afirma trecho do mandado de segurança. A peça ficará sob
a relatoria do ministro Luiz Fux.
O governo federal defende a
urgência da medida diante dos maus resultados do ensino médio no Ideb (que é a
principal referência da qualidade da educação no país).
DISCIPLINAS
Válida tanto para as escolas
públicas quanto as particulares, a reforma apresentada pelo governo federal
prevê uma especialização dos alunos no ensino médio.
A ideia central é que metade das
aulas sejam iguais para todos os estudantes e que as demais sejam escolhidas
entre as áreas de linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da
natureza e ensino profissional.
O texto da MP enviado pelo
governo ao Congresso acabava com a exigência de aulas de artes e educação
física nessa etapa da educação –seria obrigatório só nos ensino infantil e
fundamental. Diante das críticas, no dia seguinte a gestão Temer recuou e deu
uma sobrevida às disciplinas, ao apontar que essa regra somente passará a valer
a partir do segundo ano letivo posterior à aprovação da BNCC (Base Nacional
Comum Curricular).
Na prática, a presença ou não
dessas disciplinas no ensino médio será decidida pelo conteúdo da base
nacional, e não mais pela medida provisória assinada por Temer.
O ensino de língua portuguesa e
matemática será obrigatório nos três anos do ensino médio. A medida provisória
com a proposta deverá ser votada em até 120 dias e ainda poderá ser modificada
por deputados e senadores.
Matéria publicada pela Folha de
S. Paulo.
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